Por Ingrid Bachmann
O presidente do colégio de jornalistas do Chile, Rodrigo Miranda, criticou os grandes meios de comunicação do país por ignorarem a greve de fome que 32 índios Mapuche presos no sul do Chile mantêm desde o dia 12 de julho, informou a BBC Mundo.
Os indígenas, acusados de ocupações ilegais e ataques relacionados a suas demandas territoriais, exigem o fim dos processos baseados na lei antiterrorista, e denunciam ser vítimas de perseguição judicial, golpes e atos irregulares, afirmam a Radio Cooperativa e a agência DPA.
Organizações mapuches também acusaram o governo de Sebastián Piñera de montar um cerco informativo para silenciar o protesto e deslegitimar sua causa diante da opinião pública, acrescenta a rádio da Universidade do Chile. Na segunda-feira, 23 de agosto, 20 dirigentes indígenas ocuparam as instalações da Radio Bío Bío em Santiago para pedir um fim ao que consideram um "cerco comunicacional", informou a EFE.
Enquanto os meios de comunicação chilenos e o governo se concentram no resgate de 33 mineiros enclausurados em uma mina no norte do país, esta semana a greve de fome poderia fazer suas primeiras vítimas: os indígenas presos recusaram a atenção médica oferecida pelas autoridades carcerárias e esta madrugada um deles foi transferido com urgência a um hospital.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.