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Colunista morto em Veracruz, México, é o primeiro jornalista assassinado após novo governador assumir o cargo

Outro jornalista foi assassinado em Veracruz, no México.

Ricardo Monlui Cabrera foi morto na manhã de 19 de março em Yanga, no estado de Veracruz, quando saía de um restaurante e entrava no carro com sua esposa e filhaDuas pessoas armadas dispararam contra Monlui – seus familiares não ficaram feridos.

Monlui foi diretor do elpolitico.com.mx e do veículo impresso El Político. Ele também escrevia a coluna Crisol para o Diario de Xalapa e El Sol de Córdoba. Foi presidente da Associação de Jornalistas e Repórteres Gráficos de Córdoba e de Región A.C., assim como chefe de imprensa da União Nacional de Produtores de Cana-de-Açúcar CNC.

Segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), o jornalista havia escrito sobre política regional e a indústria da cana em colunas e artigos.

Recentemente, vários líderes do setor da cana-de-açúcar foram assassinados em Córdoba, “assentamento de engenhos de açúcar”, segundo o El Sol de Córdoba.

O filho de Monlui, Ricardo Monlui Ruíz, foi vítima de um ataque armado em 2010 em Ixtaczoquitlan. O filho disse, na ocasião, que foi sequestrado pela polícia municipal, que atirou nele e o deixou na estrada, segundo Aristegui Noticias.

Jorge Morales, secretário da Comissão Estatal para a Atenção e Proteção dos Jornalistas (CEAPP), disse que Monlui Cabrera não tinha pedido um esquema de proteção, informou Animal Político. A CEAPP condenou o assassinato em uma nota de imprensa e disse que estava prestando assistência para a família do jornalista.

A Procuradoria Geral da República (PGR) assumiu o caso pela Procuradoria Especial de Atenção a Delitos Cometidos contra a Liberdade de Expressão (Feadle). O governador de Veracruz, Miguel Ángel Yunes Linares, disse que a Procuradoria Geral do Estado (FGE) vai colaborar na investigação, segundo El Diario de Xalapa.

O governador disse, segundo o jornal, que há respeito pela liberdade de expressão em Veracruz, ao ser perguntado sobre a segurança dos jornalistas na região.

“Há respeito pleno pela liberdade de expressão, preocupação pelo que ocorreu e muita dor como cidadão de Veracruz, não desejo que Veracruz continue assim, e estamos trabalhando para evitar isso”, disse o governador, segundo o Diario de Xalapa. O governador também disse que conhecia Monlui da União Nacional de Produtores de Cana-de-Açúcar e que acompanhava as suas colunas: “ele era um bom jornalista na minha opinião”.

Segundo a organização defensora da liberdade de expressão, Artigo 19 México, 22 jornalistas foram assassinados em Veracruz desde o ano 2000, transformando o estado no lugar mais mortífero para a imprensa no México.

“Neste contexto, é importante destacar que o governo de Javier Duarte (1 de dezembro de 2010 até 30 de novembro de 2016) registrou a maioria dos assassinatos, 17. Apesar da troca de governo, atualmente liderado por Miguel Ángel Yunes, a violência contra a imprensa não diminuiu substancialmente”, escreveu a Artigo 19.

Duarte renunciou em outubro de 2016 enquanto enfrentava acusações de corrupção. Desde então está foragido. Esse é o primeiro assassinato de um jornalista em Veracruz desde que Yunes Linares assumiu o cargo em dezembro de 2016.

O CPJ instou as autoridades a considerar o trabalho jornalístico de Monlui como um possível motivo para a sua morte.

Veracruz se converteu no lugar mais fatal do hemisfério ocidental para o exercício do jornalismo durante a gestão do ex-governador Javier Duarte. O governo de Miguel Ángel Yunes Linares deve supervisionar uma investigação crível em cooperação com as autoridades federais para provar que está comprometido com um legado diferente”, disse Carlos Lauría, coordenador sênior do Programa das Américas do CPJ.​

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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