Este artigo faz parte do livro “Jornalismo Inovador na América Latina,” publicado pelo Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, com o apoio do Programa de Jornalismo Independente da Fundação Open Society.
Por Pablo Fernández Delkader, Innovation & Product Development, PRISA Radio
O que é podcast?
A definição de podcast está em constante discussão. Para este texto, o podcast é:
Por que fazer um podcast?
Quanto deve durar?
Mais da metade dos ouvintes deixam de escutar depois de meia hora[3]. Apesar disso, 40% dos usuários sempre escuta o episódio completo[4]. Não existem regras: um podcast deve durar por quanto tempo a história exigir. Algumas indicações contra as exceções:
De que material e conhecimentos eu preciso?
Um podcast pode ser feito com o microfone do telefone e um app? Sim. Mas, para se conseguir um produto de qualidade, é necessário ao menos um microfone decente[5], usados corretamente[6], e um software de edição no computador[7]. E se o áudio não é um formato nativo, é recomendável produzir com um estúdio, produtora, selo ou plataforma de podcast[8].
Que conteúdos posso oferecer?
Qualquer conteúdo cabe em um podcast. Este é apenas um resumo do que pode ser oferecido:
Como distribuo meus conteúdos?
O mais simples é colaborar com selos ou plataformas de podcast[18]. Eles vão se encarregar da manutenção, escalabilidade, integração de ferramentas de monetização e medição. Você pode se dedicar ao conteúdo e, se tiver capacidade, à comercialização.
O que posso fazer para promover meu podcast?
Como medir as reproduções?
Mesmo que o retorno que você busca não seja econômico, você deve ter métricas precisas. Com as recomendações da IAB[22], a plataforma de distribuição deve oferecer:
Como monetizo meu podcast?
Com métricas, você pode apoiar um retorno econômico por várias vias:
Quais aspectos legais devo ter em conta?
Ao difundir o podcast em seus sites e apps e em todo tipo de plataformas você precisa de licenças para usar e distribuir música e efeitos em todos esses meios. Você pode superar este obstáculo usando material de bibliotecas de produção radiofônica. A permissão de quem participa do podcast também é importante.
[3] ‘Podcast Time Spent Listening Revealed’. Bridge Ratings. 2016
[4] ‘Infinite Dial’ 2017’, Edison Research & Triton Digital.
[5] ‘Podcasting Basics, Part 1: Voice Recording Gear’, Transom, 2015.
[6] ‘Guía práctica Grabación de Audio para Voces y Entrevistas’, Sol Rezza. 2017.
[7] ‘Podcasting Basics, Part 2: Software’. Transom. 2015.
[8] Panoply alcançou acordos similares no passado com The Huffington Post, The Wall Street Journal ou Politico, PRX produz, em colaboração com The Center for Investigative Reporting, o podcast Reveal. The New York Times se associou com a NPR para produzir a adaptação ao podcast de sua seção Modern Love. OnPodium Podcast produz o podcast da revista Libero.
[9] Em 2015, a NPR contribuiu para a popularização do termo podcast graças à grande reportagem Serial, da qual se originaram duas temporadas. S-Town, herdeiro do anterior, já começou batendo recordes de downloads. Outro êxito recente é Missing Richard Simmons, da Pineapple Street Media, penúltima obsessão do podcast estadunidense. Podem ser citados também sucessos em espanhol, como as histórias Radio Ambulante, que graças à excelente qualidade de produção e visão panamericana conseguiram um acordo de distribuição com a NPR. Destaca-se também ‘Le llamaban Padre’, do Podium podcast, menção honrosa dos últimos prêmios Ortega y Gasset de Jornalismo.
[10] ‘The Guardian's Audio Long Reads’ é um bom exemplo deste formato.
[11] ‘Up first’, definido pela NPR como o podcast das “notícias que precisa para começar seu dia”, ou The Daily, o podcast diário de The New York Times que resume “tudo o que precisa saber”.
[12] Ver por exemplo ‘Between Worlds’ de Mike Walsh, 'How to be amazing', de Michael Ian Black, ou WTF, de Marc Maron, o podcaster que conseguiu entrevistar em sua garagem Barack Obama.
[13] ‘The Big Podcast With Shaq’ e muitos mais em ‘20 Celebrity Podcast That are a Must Listen’.
[15] ‘Answer me this’ põe em prática este formato há mais de 300 episódios.
[16] O mais conhecido é TED Radio Hour. Também o terno e hilariante ‘Grownups read things they wrote as kids’ ou o descontraído e original Tell me Something I Don’t Know. Em espanhol, destaca-se Todopoderosos, produzido no Espacio Fundación Telefónica.
[17] The New York Times se associou com a WBUR para resgatar de seus arquivos todas as histórias dos ouvintes para a coluna Modern Love, convertida em um produto novo que chega ao coração. Podium podcast recupera a fonoteca com Historias de medianoche e entrevistas a grandes personajes.
[18] Selos como Radiotopia, Panoply, Gimlet Media, Dixo, Cuonda, Podium podcast, ou plataformas como Triton Digital, Blubrry, Libsyn, Spreaker, Acast, Audioboom o iVoox podem ajudar na distribuição
[19] ‘Inside NPR’s podcasting strategy’. Poynter. 2015.
[20] ‘El podcast sale de su aislamiento social’. Innovación audiovisual. 2016.
[22] ‘IAB Podcast Ad Metrics Guidelines’, PODCAST TECHNICAL WORKING GROUP. 2016.
[23] ‘Are you ready to pay for a Netflix for podcasts?’. Nieman lab. 2016.
[24] No mercado latino-americano é único o caso de Convoy, uma rede de 12 podcasts acessíveis apenas por assinatura, lançada em março de 2016 pelo mexicano Olallo Rubio, ex-locutor de rádio.
[25] '5 Great Examples of Branded Podcasts'. Greatness, 2016.
[26] Content ‘worth finding’: Windowing comes to podcasts’. Digiday. 2017
Outros guias na série incluem:
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.