O governo do México realizará uma auditoria em todos os contratos firmados para oferecer equipamentos de segurança para jornalistas e ativistas dos direitos humanos na administração do ex-presidente Felipe Calderón (2006-2012), informou a Campanha para a Liberdade de Expressão.
O jornal El Universal denunciou, em janeiro, irregularidades em um contrato entre a Secretaria de Governo e a empresa Grupo LOB-RI S.A. de C.V. Segundo a publicação, o acordo foi cancelado um ano depois por “falta de qualidade dos equipamentos”, mas as autoridades não documentaram tais irregularidades nem colocaram a empresa na lista negra de fornecedores, como manda a lei.
Jornalistas e organizações civis afirmam nunca terem recebido os equipamentos de segurança contratados, segundo El Universal.
Os contratos foram assinados antes do Mecanismo de Proteção de Jornalistas e Defensores dos Direitos Humanos, em novembro de 2012.
Recentemente, o Senado do México criou ainda uma comissão para esclarecer assassinatos de jornalistas, assim como revisar os casos de jornalistas presos por supostos vínculos com o crimen organizado, informou o El Universal.
Um relatório da Comissão Nacional de Direitos Humanos revelou 81% dos crimes contra jornalistas no México estão impunes desde 1999, de acordo com o La Jornada.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.