Por Samantha Badgen
César Ríos, diretor do jornal argentino Síntesis, sofreu um atentado no último sábado quando um grupo de desconhecidos lançou uma bomba incendiária em sua casa em San Lorenzo, província de Santa Fe, de acordo com a Associação de Entidades Jornalísticas Argentinas (ADEPA).
Em 15 de fevereiro pela noite, Ríos se encontrava fora de seu domicílio quando um recipiente de plástico cheio de combustível - uma bomba tipo molotov - foi lançado em frente à sua casa, atingindo a janela do quarto onde os filhos menores do comunicador dormem. O artefato só alcançou a janela, a cortina e alguns brinquedos.
De acordo com o La Capital, a bomba foi feita com a intenção de provocar o maior dano possível, o que não ocorreu graças a testemunhas do incidente que rapidamente apagaram o fogo.
Sobre o possível motivo do atentado, Ríos disse a La Capital que os únicos problemas que vem tendo são em consequência de sua atividade jornalística. “Mas chegar a este extremo, de querer intimidar já não no jornal, mas em minha casa, para mim é uma mensagem para a sociedade que mete medo. Se fazem isso comigo, que tenho a possibilidade de me expressar em um periódico, de analisar, opinar, imagina o que não podem fazer com outros, isso mete medo”, disse Ríos.
O atentado ocorreu poucos dias após jornalistas do jornal El Sol receberem ameaças de um grupo criminoso que trafica drogas na região.
Segundo La Nación, ADEPA rechaçou "energicamente este atentado, com evidente propósito intimidatório, e solicitou às autoridades o pronto esclarecimento do caso”.
A associação pediu mais esforços em prol de uma campanha para reclamar uma maior proteção das autoridades para os que trabalham na imprensa. A campanha pede que o governo “garanta proteção ao trabalho jornalística, e não incentive com reclamações o clima de violência contra jornalistas e meios de imprensa”.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.
