Desenhos provocadores e "predadores da informação": conheça as campanhas do Dia da Liberdade de Imprensa

• Por Silvia Higuera
• 5 Maio, 2013

O aumento dos ataques a veículos de comunicação e jornalistas em todo o mundo, que tornaram 2012 o ano mais mortífero para os profissionais da imprensa da última décadam, foi o sombrio pano de fundo durante a celebração do Dia Mundial para a Liberdade de Imprensa este ano.

Várias organizações que defendem a liberdade de imprensa observaram o dia de diferentes formas: desde a publicação de informes sobre a situação da liberdade de imprensa no mundo até convites para que os veículos se unam a campanhas como expressão de apoio a esse dia.

O Centro Knight para o Jornalismo nas Américas fez uma compilação de algumas dessas atividades.

• O informe anual da organização Freedom House e o Índice de Impunidade 2013 do Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ) estabeleceram que, enquanto a liberdade de imprensa diminui, a impunidade aumenta na América Latina. Paraguai, Equador, Cuba, Venezuela, México e Honduras foram classificados na categoria de imprensa "não livre", enquanto Colômbia, México e Brasil foram os países com maior impunidade do mundo em crimes de assassinatos de jornalistas.

• Com o objetivo não apenas de comemorar, mas de chamara atenção para o tema, a Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (WAN-IFRA) lançou uma campanha especial com materiais que veículos ou pessoas podem usar para se unir à celebração. Usar “desenhor provocadores” sobre o tema, publicar um editorial exclusivo da organização ou tuitar uma animação sobre jornalistas mortos são algumas das cinco maneiras que a organização oferece como forma de engajamento.

• A Repórteres sem Fronteiras (RSF) publicou uma lista com os 39 “predadores” da liberdade de informação que a organização registrou em 2013. Nela, encontram-se nomes de chefes de Estado, políticos, milícias e organizações criminais que censuram, prendem, torturam e assassinam. Enquanto a maioria desses "predadores" se encontram em países asiáticos, nas Américas a organização destaca criminosos como os Zetas no México ou os Urabeños na Colômbia.
• A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) convidou seus membros a se juntarem à celebração da data pela publicação de seu anúncio oficial em jornais ou portais da internet antes do 3 de maio. Além disso, a RSF convidou a comunidade a defender seu direito á informação com a hashtag #DiadelaPrensa (#DiadaImprensa).
• Com base em sua primeira análise regional sobre a impunidade “Rostos e Rastros da Liberdade de Expressão na América Latina e no Caribe”, a rede IFEX-ALC aproveitou a data para aprovechó esta fecha para chamar atenção dos Estados da região para a necessidade de tomar medidas em relação à impunidade, além da "observação internacional" como mecanismo necessário e construtivo, e garantir o trabalho dos jornalistas e dos defensores da liberdade de expressão.

• A Associação Nacional de Jornalistas do Peru apresentou o informe de sua Oficina dos Direitos Humanos do Jornalista, na qual apontou que, até agora, em 2013 houve mias de 50 agressões a jornalistas. Enquanto isso, o Instituto Imprensa e Sociedade publicou os resultados de sua pesquisa “Voz en alto”. O estudo encontrou que sete em cada 10 jornalistas consideram ter sido vítima de uma tentativa de "limitação da liberdade de informar".
• A Fundação para a Liberdade de Imprensa (FLIP) quis chamar atenção para os “graves casos” contra jornalistas que aconteceram na Colômbia nos últimos meses com o objetivo de ressaltar a importância do Programa de Proteção a Jornalistas na garantia da liberdade de imprensa no país.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.