Por Larisa Manescu
Viltor García, um guarda-costas da diretora de canal a cabo Karen Rottman, tinha acabado de terminar seu turno no dia 19 de outubro quando foi morto a tiros por agressores que estavam em um veículo com vidros fumê na cidade de Guatemala, informou a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF). Rottman é diretora do Vea Canal, um canal a cabo independente que critica o governo do país.
A RSF pediu a investigadores gualtematecos que reconhecessem esse ataque como um incidente que reflete o problema sistemático do ambiente perigoso e repressivo que os jornalistas na nação enfrentam enquanto exercem seu trabalho.
“Essa tragédia relembra que colaboradores da mídia na região arriscam suas vidas o tempo todo em nome da liberdade de informação. Os investigadores não devem temer que suas investigações alcancem os círculos de poder, onde o Vea Canal não é visto positivamente”, expressou a entidade.
O assassinato ocorreu uma semana após os guarda-costas de Rottman terem sido agredidos em um restaurante onde representantes do Vea Canal estavam em reunião com funcionários do Ministério de Relações Públicas. Segundo Rottman, os assaltantes eram funcionários do setor de transporte do departamento de El Progreso.
Ainda que o Presidente Otto Pérez Molina tenha criado como prevenção o Programa para Proteção dos Jornalistas em maio deste ano como uma tentativa de resolver o problema de impunidade no país, a violência contra jornalistas persiste.
Até este momento, em 2013 quatro jornalistas foram assassinados na Guatemala: Jaime Napoleón Jarquín Duarte, um escritor do periódico Nuestro Diario; Luis Alberto Lemus Ruano, vice-presidente da Associação de Jornalistas Jutiapa; Luis Lima, um jornalista e apresentador de rádio; e Carlos Alberto Orellana Cháves, um repórter regional que trabalhava para um programa no Canal Óptimo 23.
Frank La Rue, relator especial da ONU para a liberdade de expressão, denunciou esta nova onda de violência no país em um artigo de opinião publicado no dia 22 de agosto no jornal guatemalteco Prensa Libre, afirmando que “o nível de agressão deste ano não se iguala ao de outros anos há uma década”.
Além disso, La Rue condenou comentários feitos pelo Ministro do Interior, Mauricio López Bonilla, no dia 17 de agosto, que diziam que os assassinatos eram motivados por razões pessoais e que não tinham relação com os trabalhos jornalísticos dos repórteres.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.