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Jornais divulgam cabos vazados pelo Wikileaks sobre candidato à presidência da Guatemala

O jornal digital da Guatemala Plaza Pública conseguiu acesso a vários cabos, como são chamadas as comunicações entre instituições diplomáticas, vazados pelo Wikileaks, sobre o candidato presidencial Otto Pérez Molina.

O primeiro dos documentos foi publicado na quarta-feira, 17 de agosto, e é derivado de um café da manhã do atual embaixador americano James Derham com Molina e a candidata à vice-presidência Roxana Baldetti. Na reunião, os presentes falaram sobre financiamento de campanha, alianças com a elite guatemalteca, acusações de atos de corrupção do exército e possíveis planos de políticas públicas, de acordo com Plaza Pública.

O candidato também refutou acusações de violações a direitos humanos durante sua carreira militar e assegurou que sua campanha não tinha vínculos com a família Mendoza, acusada de estar envolvida com o narcotráfico, mas disse ter supostas provas que ligam os Mendoza ao atual presidente Álvaro Colom.

Segundo pesquisas locais, Pérez Molina é o favorito dos eleitores com quase 40% dos votos para as eleições que ocorrerão no dia 11 de setembro em primeiro turno e no dia 6 de novembro em segundo turno, de acordo com o jornal El Mundo de España.

Pérez Molina se negou a divulgar informação financeira de sua campanha para os cidadãos guatemaltecos, mas discutiu os mesmos dados com a embaixada americana, de acordo com os cabos. Eles também revelam que Pérez aceitou receber o apoio das quatro famílias mais ricas da Guatemala (os Castillo, Novella, Herrera e Dionisio Gutiérrez), que trabalham com negócios nas quatro maiores indústrias do país.

O jornalista Martín Rodríguez Pellecer relata em uma crônica como conseguiu acesso a quase mil cabos do WikiLeaks provenientes da Embaixada dos Estados Unidos na Guatemala.

Plaza Pública promete publicar por meio de reportagens semanais, entrevistas e análises, os primeiros mil cabos vazados pelo Wikileaks e que foram escritos entre os anos de 2003 e 2007.

O WikiLeaks, com sede em Londres, é uma organização de jornalistas, ativistas e especialistas em informática que conseguiu vazar 250 mil cabos do Departamento de Estado dos Estados Unidos.