Um jornalista boliviano foi condenado a dois anos e meio de prisão por “difamação, calúnia e ofensas” contra um advogado, acusá-lo de participação em atos corruptos, informou o La Razón. Essa seria a primeira condenação de um repórter na Bolívia desde 1997, acrescentou a EFE.
O jornalista Rogelio Peláez publicou uma matéria no jornal Larga Vista com denúncias contra o advogado Waldo Molina por “cobranças excessivos quando trabalhava para o governo de Evo Morales em 2010 em um caso judicial”, explicou a agência de notícias UPI.
"A penalização dos delitos de imprensa representa em si a censura ou a autocensura dos jornalistas que tratam de temas de interesse público, como neste caso”, ressaltou a Repórteres Sem Fronteiras, que chamou a condenação de “abusiva”.
Peláez disse ao Comitê de Proteção dos Jornalistas (CPJ) que, embora o advogado tenha negado as acusações, sua investigação jornalística havia sido bem documentada. De fato, o canal de notícias Eju TV noticiou que o mesmo advogado admitiu ter cobrado $464 mil dólares “como honorários de ex-funcionários do Fundo Complementar da Administração Pública”.