Por Dean Graber
A jornalista veterana Mónica González Mujica recebeu o Prêmio Unesco/Guillermo Cano de Liberdade de Imprensa 2010 em uma cerimônia em Brisbane, na Austrália. Ao aceitar a premiação diante de uma platéia de 300 pessoas, ela homenageou seus colegas latino-americanos e pediu apoio a uma região afetada por assassinatos, crime organizado, autocensura e silêncio, informou a EFE. Leia outras matérias em português e espanhol.
“Os jornalistas corajosos que no México, na Guatemala, em Honduras, na Colômbia e em outros países ousam fazer um raio X da rede escondida do crime organizado enfrentam a impunidade e o silêncio", ela disse. Mônica também pediu que "um comitê de jornalistas com o apoio e o selo de uma organização internacional visite e monitore continuamente as regiões mais afetadas pela violência."
Mónica, que investigou os abusos contra os direitos humanos e crimes financeiros durante o regime do general Augusto Pinochet, é atualmente diretora do Centro de Jornalismo Investigativo (CIPER), no Chile, do qual foi co-fundadora em 2007. Após o golpe militar de 1973, ela passou quatro anos no exílio. De volta ao Chile, foi perseguida por agentes de segurança, presa e processada várias vezes, mas continuou a escrever matérias e livros.
Mónica dedicou grande parte de seu discurso de aceitação do prêmio às agressões sofridas pelos jornalistas latino-americanos. Ela também reconheceu o trabalho de organizações dedicadas ao treinamento profissional e à promoção de valores éticos e democráticos na região, como a Fundação para a Liberdade de Imprensa, da Colômbia, a Fundação Novo Jornalismo Ibero-americano e o Centro Knight para o Jornalismo nas Américas.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.