Por Liliana Honorato
Um jornalista colombiano foi ameaçado por telefone, em uma ligação com ruídos de tiros, pouco depois de terminar uma reportagem sobre paramilitares no estado de Boyacá, informou a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que recebeu uma gravação do telefonema.
A investigação do jornalista Paul Bacares, do canal público Canal Capital, incluía informações sobre os vínculos entre os grupos paramilitares, políticos locais e outras figuras públicas, o que “motivou a ‘advertência’ ao jornalista”, acrescentou a revista mexicana Etcétera.
Embora a maioria das ameaças a jornalistas na Colômbia seja feita por guerrilhas, os grupos paramilitares também são um grave risco no país. Em agosto de 2011, a Fundação Para a Liberdade de Imprensa (FLIP) divulgou um relatório segundo o qual os grupos paramilitares estão entre as principais ameaças à imprensa colombiana. Em julho deste ano, o ativista e jornalista Carlos Lozano denunciou que paramilitares planejavam matá-lo.
No mesmo mês, a RSF manifestou preocupação com os vários ataques a rádios comunitárias indígenas do estado de Cauca, durante confrontos entre o Exército e guerrilhas.
De acordo com a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), a violência, a autocensura e a impunidade são os problemas mais preocupantes para o exercício do jornalismo na Colômbia. Em 2012, dois jornalistas já foram assassinados no país, vários fugiram de suas cidades por causa de ameaças e um outro foi sequestrado pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.