Quatro anos depois da nomeação de Mariana Iglesias no jornal argentino Clarín, editoras de gênero promovem mudanças na cobertura jornalística, trabalham para consolidar suas posições e enfrentam violência online sem precedentes. A LatAm Journalism Review conversou com editoras de gênero de quatro países para entender o estado atual dessas profissionais na região.
Uma jornalista negra colombiana, Beatriz Valdés Correa, ganhou o Prêmio Gabo 2023 na categoria texto por uma investigação sobre a situação das mulheres afro vítimas de violência sexual no contexto do conflito armado do país. Mas como é a cobertura por meios colombianos da população negra e da vice-presidente Francia Márquez?
Além das milhares de vítimas, o conflito armado colombiano também deixou um rastro de silêncio e histórias invisibilizadas em diferentes regiões do país. Por meio de um projeto que combina arte, ciência e jornalismo, a repórter Ginna Morelo e a equipe do Museu Entre Ríos buscam resgatar a memória da Colômbia.
A jornalista colombiana Andrea Aldana e a jornalista cubana Loraine Morales, que vivem no exílio devido à hostilidade contra o jornalismo em seus países, fortalecerão suas habilidades de ensino e compartilharão suas experiências com estudantes de jornalismo, como parte de um programa promovido pela Repórteres Sem Fronteiras e pela Universidade Miguel Hernández, da Espanha.
Sete festivais de podcast em espanhol formaram o Circuito Ibero-Americano de Festivais de Podcast (CIFESPOD) com objetivos como o reconhecimento do formato como uma indústria cultural, a união de forças na busca de apoio financeiro, a criação de um prêmio latino-americano para o melhor do podcasting e o fortalecimento da produção de peças narrativas de jornalismo em áudio.
Mais de 200 ameaças e dois assassinatos de jornalistas foram registrados pela Fundação para a Liberdade de Imprensa (FLIP) da Colômbia em 2022. Como parte do Dia do Jornalista no país, em 9 de fevereiro, a FLIP publicou seu relatório anual, que mostra que a violência contra a imprensa não mudou: pouco progresso para uma imprensa atacada por grupos armados e funcionários públicos.
De acordo com a rede Voces del Sur, 171 jornalistas da região tiveram que se exilar em 2020 e 2021 para se salvarem de prisões arbitrárias ou mesmo de atentados contra suas vidas. Para entender esse êxodo preocupante de jornalistas, a GIJN conversou com repórteres exilados de Nicarágua, El Salvador, Cuba e Colômbia, que contaram suas experiências com a perseguição estatal e criminal que os levou ao exílio.
No dia 21 de outubro de 2022, Bogotá, capital da Colômbia, receberá pela primeira vez o Festival Gabo, que retoma o formato presencial após dois anos de edições online devido à pandemia de Covid-19. No mesmo dia há 40 anos, Gabriel García Márquez foi anunciado como ganhador do Prêmio Nobel de Literatura. O discurso “La Soledad de América Latina” (“A Solidão da América Latina”), que proferiu ao receber o prêmio, será a inspiração para a décima edição do Festival, que se propõe um evento para “contadores de histórias”.
Duas decisões da Corte Constitucional da Colômbia respaldam os pedidos de informação do jornalista Juan Pablo Barrientos à Igreja Católica relacionados a casos de pedofilia. Embora sua luta tenha estabelecido um precedente positivo para a liberdade de expressão, ela também lhe custou um desgaste judicial e pessoal.
Na análise da FLIP, o governo de Iván Duque, que termina em 7 de agosto, manteve uma estratégia binária de amigo-inimigo com a imprensa. Com aqueles considerados críticos, prevaleceram a desconfiança e o sigilo. Ele usou recursos humanos e econômicos para priorizar a comunicação institucional e impor sua narrativa. Ao fazer isso, contribuiu para a atmosfera de polarização e construiu um muro que afetou o acesso à informação.