Por Ingrid Bachmann
Beto Ortiz, um profissional reconhecido nos meios de comunicação peruano, foi demitido do canal Frecuencia Latina por “divergências editoriais” e teve sua coluna no jornal Perú21 interrompida.
Em entrevista à revista Dedomedio, o jornalista denuncia que sua saída de ambos os veículos é uma forma de censura por sua "impertinência" ao denunciar irregularidades na compra da América TV (canal 4) pelo grupo de comunicação dos jornais El Comercio e La República, durante o mandato do presidente Alejandro Toledo. Segundo Ortiz, por trás da compra está uma aliança eleitoral entre o ex-presidente (e possível candidato nas eleições presidenciais de 2011) e as empresas de comunicação.
“É a mesma história de sempre: políticos e meios de comunicação se casando em segredo quando as eleições se aproximam. E jornalistas que, com nossa impertinência, ofendemos a santidade dessas alianças", diz Ortiz.
Ele afirma que, desta vez, há apenas uma diferença: "A única novidade desta nova censura diante de todas as que já me aplicaram no passado é que não se trata de uma pressão exercida pelo governo, mas sim pela poderosa e avassaladora máquina propagandística do candidato Toledo, quer dizer, pelo grupo monopolista El Comercio/La República, que necessita, a todo custo, (...) que ele seja presidente outra vez para que garanta de forma perpétua o monopólio da informação.”
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.