Depois de mais de um mês de sequestro, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) libertaram o jornalista francês Roméo Langlois, que foi entregue no meio da selva do estado de Caquetá à Missão Humanitária liderada pela ativista de Direitos Humanos Piedad Córdoba nesta quarta-feira, 30 de maio, informou o jornal Telesur.
As FARC declararam que eles eram os responsáveis pelo sequestro de Langlois dois dias depois do jornalista desaparecer enquanto cobria uma operação contra o narcotráfico entre as tropas do exército colombiano e guerrilheiros, no último dia 28 de abril.
"É preciso continuar a cobertura do conflito colombiano", foram as primeiras palavras de Langlois após ser libertado, segundo informou Repórteres Sem Fronteiras (RSF), reconhecendo a importância da mensagem de Langlois, que “não deixou de atuar em nenhum momento como um jornalista” durante seu cativeiro, destacou RSF.
Langlois disse que as FARC o trataram mais como um convidado do que como um prisioneiro de guerra, dizendo que “os guerrilheiros são colombianos também" e que "eles também têm muito a fazer pelo país”, noticiou a rádio Caracol. Estes comentários e outros, como dizer que a imprensa está “vendendo uma imagem distorcida da guerrilha”, levaram o jornalista a receber críticas, observou o El Heraldo. o ex-presidente colombiano, Álvaro Uribe, chegou a dizer que Langlois estava se identificando com o terrorismo do grupo guerrilheiro, informou o site Pueblo en Línea.
No entanto, várias organizações jornalísticas internacionais, como o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ, na sigla em inglês) e a Fundação para a Liberdade de Imprensa (FLIP), celebraram a libertação de Langlois e aplaudiram seu trabalho jornalístico. “Nós valorizamos o sacrifício que os jornalistas fazem para conhecer a notícia para além dos comunicados de imprensa", disse Adriana Hurtado, presidente da Federação Colombiana de Jornalistas (FECOLPER).