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Jornalista leva Colômbia a julgamento internacional por ineficiência na investigação de sequestro e estupro

A jornalista Jineth Bedoya entrou com um processo contra o Estado da Colômbia na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) por ineficiência na investigação do abuso sexual sofrido por ela há 11 anos, informou a Associated Press (AP).

Bedoya, subeditora do jornal El Tiempo e especialista em guerrilha, foi sequestrada em maio de 2000 na porta de uma prisão em Bogotá, ao tentar entrevistar um chefe paramilitar, e sofreu tortura física e psicológica, além de abuso sexual, explicou a EFE. Na época, ela trabalhava para o jornal El Espectador. A jornalista foi libertada 16 horas depois, em uma cidade a 90 quilômetros da capital do país.

O processo foi aberto por intermédio da Fundação Para a Liberdade de Imprensa (FLIP), segundo a qual, em 11 anos, "os avanços judiciais foram mínimos". "O processo continua na etapa da investigação... sem que uma pessoa tenha sido processada pelo ocorrido", disse a FLIP em comunicado.

Segundo o El Espectador, a jornalista acusou a promotoria de negligência na investigação do caso e disse que não quer mais tapinhas de solidariedade nas costas, mas justiça.

Jineth Bedoya é uma das poucas repórteres que publicamente denunciaram ter sofrido abuso sexual no exercício da profissão. Hoje, ela lidera a campanha "Estupros e outras violências: deixem meu corpo de fora da guerra".

Os perigos enfrentados pelas jornalistas ficaram em evidência recentemente por causa da agressão sofrida pela correspondente da CBS Lara Logan no Egito, em fevereiro de 2011.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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