A jornalista freelance mexicana Lucia López Castillo sobreviveu a um tiroteio do lado de fora de sua casa em Poza Rica, Veracruz, na noite de 21 de agosto.
López Castillo foi baleada no fim da noite quando caminhava em um corredor do lado de fora de casa e foi interceptada por um homem de capuz, de acordo com Crónica de Xalapa. Ela foi assaltada e baleada antes do homem fugir em um táxi, relatou a publicação.
A bala causou danos a seus rins e intestinos, fazendo com que um de seus rins fosse removido, de acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). Ela está em condição estável, mas grave.
López Castillo produz reportagens para as revistas Cara Política de Poza Rica e Análisis Político de Xalapa.
A editora-chefe da Cara Política disse ao CPJ que a jornalista trabalhava em notícias de interesse geral e evitava trabalhos politicamente sensíveis e notícias sobre o crime organizado, noticiou a organização. Ela especulou, após conversar com jornalistas e familiares, que se tratava de uma fracassada tentativa de assalto, disse o CPJ.
Em 22 de agosto, a procuradoria-geral de Veracruz disse que a procuradoria regional estava investigando um tiroteio ocorrido durante a "tentativa de assalto" de uma repórter de mídia digital local com as iniciais L.L.C.
A Comissão Estatal para o Cuidado e Proteção dos Jornalistas (CEAPP) disse que estava auxiliando a jornalista e sua família e que protocolos foram ativados em coordenação com as autoridades no escritório do procurador-geral e da Secretaria de Segurança Pública. Especificamente, um representante da organização disse ao CPJ que "os procedimentos para fornecer proteção policial a ela foram iniciados."
Tanto a CEAPP quanto o CPJ pediram uma investigação minuciosa e a punição dos responsáveis.
López Castillo não é o primeiro jornalista a ser baleado neste ano em Poza Rica. Em 14 de maio, Manuel Torres González foi morto depois de sair de um escritório estadual no município. Ele era editor-chefe do site Noticias MT.
Somente neste ano, três jornalistas foram mortos em Veracruz, um estado considerado um dos mais perigosos para os jornalistas mexicanos. Além de Torres González, o corpo da repórter Anabel Flores Salazar foi encontrado em Puebla em 9 de fevereiro, um dia depois de ela ter sido sequestrada de sua casa em Veracruz. O repórter policial Pedro Tamayo Rosas foi morto em 21 de julho, apesar de estar sob a proteção do Estado.
Após a morte de Tamayo Rosas, Ana Ruelas, diretora da Artigo 19 México, disse à Sinembargo que 17 jornalistas foram assassinados durante a gestão do governador de Veracruz, Javier Duarte (2010 até o presente). Ruelas também definiu Veracruz como um Estado falido.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.