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Jornalista mexicano baleado em Veracruz está em estado grave

O jornalista de Veracruz Rodrigo Acuña está em estado grave depois de ser baleado por desconhecidos na porta de sua casa na noite de 23 de novembro, no México. Acuña, diretor do site de notícias Diario de Tepetzintla e colaborador do La Voz de Tantocuya, faz cobertura policial em vários municípios de Veracruz, informou o El Sol de México.

Rodrigo Acuña.

Rodrigo Acuña. (Facebook)

Quando foi atacado por dois indivíduos armados, o jornalista estava voltando para casa com seu filho de um ano, que saiu ileso, segundo publicou o Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

O ataque danificou gravemente um dos pulmões do jornalista, que passou por uma cirurgia de mais de três horas em um hospital na parte norte do estado. Durante a operação, um rim foi removido e os médicos reconstruíram o fígado, informou o La Jornada de Veracruz.

A Procuradoria-Geral de Veracruz informou que já iniciou investigações sobre o caso, que está a cargo da Terceira Promotoria da Unidade Integral de Procuração de Justiça, segundo o El Heraldo de México.

Em comunicado oficial emitido via Twitter, a Comissão Estadual para Atenção e Proteção a Jornalistas (CEAPP, na sigla em espanhol) informou que já está em contato com a família Acuña, com quem coordena as medidas médicas e de segurança necessárias.

Em entrevista ao jornal La Jornada de Veracruz, o chefe da CEAPP indicou que o jornalista não havia denunciado ameaças ou qualquer perigo.

No entanto, o repórter de Veracruz recebeu vários insultos e comentários ameaçadores em sua conta do Facebook. Por exemplo, em sua foto de perfil de dois anos atrás, alguém escreveu para ele: "Você está na minha lista, Acuña...".

O diretor regional da RSF na América Latina, Emmanuel Colombié, disse que as autoridades deveriam conduzir uma investigação rápida e imparcial sobre a tentativa de assassinato.

Colombié observou que sua organização documentou o assassinato de pelo menos 23 jornalistas em Veracruz desde 2000. "Está claro que nem o governo federal nem o governo local entenderam a gravidade dessa situação", acrescentou.

Em 21 de março deste ano, o jornalista Leobardo Vázquez Atzin foi assassinado na cidade de Gutiérrez Zamora, em Veracruz. Criminosos em uma motocicleta entraram em sua casa e atiraram de perto antes de fugir, segundo a Noreste, veículo do qual ele era editor e designer.

Em seu último relatório anual, a organização de direitos humanos Artigo 19 do México classificou Veracruz como o estado mais perigoso para a prática do jornalismo no país. Entre 2010 e 2016, 17 jornalistas foram mortos em Veracruz, segundo a organização.

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