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Jornalista mexicano é morto em celebração de Natal na escola do filho; é o quarto assassinado no estado de Veracruz este ano

Um repórter criminal mexicano que havia sido ameaçado foi morto em Veracruz durante uma celebração de Natal na escola de seu filho, em Acayucan.

Três pessoas supostamente seguiram Gumaro Pérez Aguilando a uma escola primária em Acayucan na manhã do dia 19 de dezembro e atiraram contra ele nove vezes, de acordo com o site Animal Político.

Pérez Aguilando, fundador e repórter criminal do La Voz del Sur, era coberto pelo programa preventivo de segurança da Comissão Estatal para Cuidado e Proteção de Jornalistas (CEAPP, na sigla em inglês) desde 2015, de acordo com a comissão.

Ana Laura Pérez Mendoza, presidente da CEAPP, disse que Gumaro Pérez pediu para ser incluído no programa por causa das reportagens que estava fazendo, de acordo com o Milenio. Ainda que Pérez Mendoza tenha dito que o jornalista nunca denunciou ameaças contra ele, ela também afirmou que acabou de saber que Pérez Aguilando foi ameaçado recentemente, e que ele tinha diferenças com um veículo de mídia onde havia trabalhado, ainda segundo a publicação.

No entanto, o site de notícias Sin Embargo reportou que Pérez Aguilando, que também era funcionário do conselho municipal e trabalharia ainda para outros veículos de mídia recebia ameaças desde 2015.

A revista Proceso citou o Diario del Sur ao afirmar que Aguilando foi agredido por um advogado no Ministério Público em 2012. Na época, o jornalista estava reunindo informações sobre agressões, o veículo adicionou.

O Sin Embargo assinalou que no início deste ano, Pérez Aguilando e seus colegas pediram justiça para Cándido Ríos Vásquez, jornalista do El Diario de Acayucan morto em Veracruz em 22 de agosto de 2017. Eles também pediram proteção do governo federal para jornalistas no estado. Pérez Aguilando começou a carreira como repórter criminal no El Diario de Acayucan e depois trabalhou para o jornal El Mañanero, de acordo com o EnlaceVeracruz212.com.mx.

Miguel Ángel Yunes, governador de Veracruz, postou no Twitter que pediu ao secretário de Segurança Pública a proteção para família do jornalista e disse que o Ministério Público estadual enviou um grupo especial para investigar o caso.

Este é o quarto assassinato de um jornalista no estado de Veracruz este ano. O colunista Ricardo Monlui Cabrera do El Político foi morto em Yanga no dia 19 de março. O cinegrafista hondurenho Edwin Rivera foi morto em Acayucan no dia 9 de julho. E Cándido Ríos Vázquez, repórter do El Diario de Acayucan, foi morto em Hueyapan de Ocampo em 22 de agosto.

Pérez Aguilando é o décimo-segundo* jornalista morto no México este ano. No levantamento anual divulgado no dia 19 de dezembro, a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) afirmou que México e Síria são os países mais mortíferos para jornalistas. “Dos países que não estão em guerra, o México foi o mais mortífero para jornalistas em 2017", a organização acrescentou.

Nota da editora: As organizações têm diferentes critérios e portanto diferentes contagens para o número de jornalistas mortos. Por esta razão, algumas organizações podem ter um levantamento menor de jornalistas mortos no México este ano.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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