Por Teresa Mioli e Valeria Lopez de Vergara
O jornalista mexicano Abraham Torres informou que teve sua entrada proibida no Aeroporto Internacional Simón Bolívar, que fica a 20 km de Caracas, quando estava a caminho de um festival de jornalismo organizado pelo site Efecto Cocuyo.
Torres, que também é professor da Universidade Iberoamericana Puebla, denunciou que o governo do presidente Nicolás Maduro não lhe permitiu ingressar no país.
Torres disse que foi a primeira vez que viajou para a Venezuela e falou ao Knight Center que apresentou seu passaporte na Cidade do México e no Panamá sem nenhum problema. Quando chegou à área de imigração do aeroporto venezuelano, ele informou que estava indo para um festival de jornalismo e que era professor.
"E nesse momento, eles levaram meu passaporte e o que ele fez foi dobrar as duas capas do meu passaporte, ou colá-las, como se fosse fotocopiar um livro, de capa a capa, e o passaporte se desfez na hora, ou seja, as folhas do passaporte se descolaram. Ele afirmou que eu tinha dado a ele um passaporte desfeito e eu expliquei que não tinha sido assim, que ele tinha quebrado", disse Torres.
Quando um superior se aproximou e lhe disse que os funcionários não poderiam ter desfeito o passaporte, Torres lhe perguntou como ele poderia ter embarcado em dois aviões e passado por três postos de controle com um passaporte desfeito. Embora ele tenha podido entrar em contato com a embaixada de seu país, que disse que iria ajudá-lo com um novo passaporte, ele disse que foi avisado de que não poderia deixar a área de imigração. Ele recebeu uma carta de não admissão e teve que pegar um avião de volta para o México, explicou.
Torres estava na agenda do Festival Cocuyo para falar sobre conteúdo multimídia e narrativas imersivas. O Festival Cocuyo, focado em inovação e comunicação na região, aconteceu na cidade de Caracas de 28 a 29 de junho.
Além de não poder participar do festival, Torres informou que também não foi possível entregar os medicamentos que estava levando para a Venezuela para pessoas necessitadas.
Mariengracia Chirinos, da IPYS Venezuela, disse que a organização registrou sete restrições de imigração no ano passado, com deportações, rejeição de vistos e outros procedimentos contra jornalistas estrangeiros que chegaram ao país ou que tentaram viajar para lá para cobrir protestos. No entanto, ela disse que o caso de Torres é o primeiro em 2018.