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Jornalista que atua na fronteira entre Brasil e Paraguai recebe ameaças de morte por celular

Na noite desta quarta-feira, 8 de março, o repórter investigativo Lourenso Véras recebeu mensagens de celular com ameaças afirmando que ele fazia parte de uma relação de pessoas a ser executada na região da fronteira entre Brasil e Paraguai, de acordo com o site Mercosul News. 

Véras trabalha como assessor de imprensa da Câmara Municipal de Ponta Porã e repórter fotográfico do site Pedrojuannews, de Pedro Juan Caballero, cidades fronteiriças hostis à atividade jornalística. Na mesma região, só este ano já foram registrados os assassinados do radialista Juan Arístides Martínez, em janeiro, do proprietário da estação de rádio Sin Fronteras 98.5 FM, Marcelino Vázquez, em fevereiro, e do jornalista de rádio Carlos Artaza, em abril. Três jornalistas brasileiros foram executados em 2012.

Léo Véras, como é conhecido, denunciou que as mensagens de texto enviadas diziam que ele estaria em uma “lista negra” e seria o primeiro a ser executado, com o mesmo requinte com que escreve suas reportagens policiais, segundo o site Pedrojuannews. Além dele, outras quatro pessoas foram ameaçadas da mesma maneira, incluindo autoridades e seus familiares, sempre com mensagens partindo do mesmo celular.

Para o repórter, a pessoa que enviou as ameaças estaria incomodada com o conteúdo de uma matéria publicada em um veículo brasileiro intitulada “Senador e juiz têm relação perigosa na fronteira”, que detalha a vida de autoridades que lutam contra o crime organizado, informou o MidiaMax. Véras relata na matéria que um dos suspostos combatentes contra o crime organizado estava sendo acusado por uma testemunha de ser o mandante da execução do jornalista Carlos Artaza.

Depois das ameaças, Véras registrou boletim de ocorrência em uma delegacia Pedro Juan para que os agentes investiguem o caso.

Segundo o site ADN Digital, no Norte do Paraguai os integrantes do crime organizado envolvidos com a política têm o hábito de se utilizar chips descartáveis para ameaçar jornalistas e autoridades. Os chips normalmente sdão comprados em nome de “laranjas”, de forma que os verdadeiros criminosos conseguem se manter no anonimato.

 

 

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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