Por Maira Magro
O projeto de Lei contra o Racismo e Toda Forma de Discriminação, defendido pelo presidente Evo Morales, foi alvo de passeatas de jornalistas em 11 cidades da Bolívia na sexta-feira, 1o de outubro, noticiam os jornais Los Tiempos e La Prensa. Em Potosí, jornalistas e veículos de comunicação fizeram uma greve de 24 horas, deixando a cidade sem informações, diz o matutino La Patria.
Os comunicadores denunciam que o projeto viola a liberdade de expressão e impõe mecanismos de censura ao prever punições severas para quem divulgar opiniões e atos considerados racistas, mesmo que não compactuem com eles, explica La Patria. Ou seja, um jornalista poderia ser punido simplesmente por escrever sobre um episódio de racismo, argumentam.
Na sexta-feira, representantes da imprensa se reuniram com a Comissão de Constituição do Senado para pedir a eliminação de dois artigos do projeto – o 16, que determina o fechamento dos meios de comunicação que divulgarem ideias racistas, e o 23, que criminaliza a divulgação de enunciados considerados racistas. Os comunicadores também pediram uma audiência com Morales, que acusou alguns jornalistas de terem vínculos com a oposição, afirma a rádio FM Bolívia.
Entidades como a Associação de Jornalistas de La Paz, a Associação Nacional de Jornalistas da Bolívia, a Confederação Sindical de Trabalhadores da Imprensa da Bolívia, a Associação Boliviana de Radiodifusoras e a Associação Nacional da Imprensa apresentaram documentos ao Senado pedindo alterações no projeto.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.