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Jornalistas da América do Sul podem se inscrever para bolsa do Pulitzer Center para cobrir o desmatamento da Amazônia

Cobrindo cerca de 7,7 milhões de quilômetros quadrados, a Amazônia é a maior floresta tropical do mundo. No entanto, mais de 750 mil quilômetros quadrados foram destruídos desde 1978.

Um novo programa quer recrutar jornalistas investigativos na América do Sul para cobrir esta vasta área e contribuir para uma das mais importantes coberturas do nosso tempo: a destruição das florestas tropicais do mundo.

A photo of deforestation in the Amazon rainforest

A scene of recent deforestation in the Amazon rainforest beside primary forest (Jessica Suarez/Getty Images/Canva)

 

 

“Poucas reportagens são mais urgentes – e globais – do que a destruição das florestas tropicais do planeta. A Rede de Investigações sobre as Florestas Tropicais [RIN, na sigla em inglês] do Pulitzer Center busca criar um ecossistema de colaboração entre jornalistas para acompanhar o dinheiro e as muitas práticas ilegais e lacunas legais que permitem o desmatamento em escala industrial”, escreveu a organização.

Três bolsistas da região amazônica vão se juntar a jornalistas da Bacia do Congo e do sudeste da Ásia como parte da turma inaugural do Pulitzer Center’s Rainforest Investigations Fellowships.

“O objetivo é permitir que um grupo de jornalistas faça um trabalho de altíssima qualidade e com muito impacto (...) e revelar questões que podem afetar políticas ambientais e econômicas de cada país,” disse à LatAm Journalism Review (LJR) Gustavo Faleiros, editor principal da RIN.

Jornalistas selecionados trabalharão em projetos de reportagem individual e colaborativa que examinam as mudanças climáticas, a corrupção e a governança nas florestas tropicais. As bolsas terão duração de um ano e cobrirão o salário do repórter e darão suporte adicional para a redação que vai abrigar o jornalista.

Os bolsistas também trabalharão com um coordenador de dados e tecnologia para investigações e com a equipe de educação do Pulitzer Center para compartilhar suas histórias em escolas e universidades.

“A Amazônia se tornou uma cobertura muito constante [na imprensa mundial], desde o último ano especificamente e vem se tornando muito central, tanto que virou tema da eleição americana, do acordo Mercosul e União Europeia,” disse Faleiros. “Mas falta articulação, recursos e até infraestrutura para que os jornalistas possam ir criando narrativas mais complexas. Quais são as cadeias de suprimento? Como a economia mundial está ligada ao ritmo de transformação das florestas tropicais?”

As inscrições vão até 20 de dezembro de 2020. Entre outras informações, os interessados devem enviar uma proposta de “projeto investigativo descrevendo a reportagem mais ambiciosa sobre a floresta tropical que você pretende realizar”. Acesse aqui outras informações e o formulário de inscrição.

“Há uma necessidade de fazer reportagens que mostrem os problemas urbanos da Amazônia, problemas de nutrição, problemas de saúde pública,” disse Faleiros. “Há uma mistificação [na cobertura] das questões sociais dos indígenas, que são interessantes e geram reportagens de âmbito global, mas tem outras questões que passam batido e que precisam ser mais bem cobertas.”

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