Jornalistas, autoridades e chefes de polícia de Chihuahua, no norte do México, um dos estados mais atingidos pela violência no país nos últimos anos, iniciaram discussões para criar o primeiro "protocolo de segurança para jornalistas cobrindo zonas de risco", informaram os sites Devenir e Ahoramismo.
O fórum, apoiado pela Comissão Nacional de Direitos Humanos, começou suas atividades na segunda-feira, 26 de julho, e deverá desenvolver um guia de procedimentos a serem seguidos por repórteres, funcionários do governo e policiais em casos de ameaças, desastres e entrevistas conduzidas em lugares públicos. De acordo com a ata da comissão, o objetivo é facilitar a cobertura dos eventos e proteger os trabalhadores da imprensa.
A falta de coordenação entre repórteres que cobrem o narcotráfico e as forças policiais e militares tem sido frequente no México. Alguns jornalistas denunciaram que foram agredidos pelos militares.
Por causa da falta de conhecimento dos policiais e militares sobre os direitos dos jornalistas, "a maioria dos responsáveis por proteger as áreas onde os crimes ocorrem considera fotógrafos e repórteres inimigos em potencial", declara Ernesto Avilés, do Diario de Chihuahua.
O presidente da Federação das Associações de Jornalistas do México, Roberto Piñón, enfatizou que, além de melhorar as relações entre a imprensa e a polícia, é preciso capacitar os repórteres para cobrir situações de risco: "Quais os cuidados que o jornalista deve ter ao sair de casa e ir para seu local de trabalho? Qual é o procedimento, caso necessário, para se cobrir uma execução?". O protocolo, segundo ele, será uma espécie de ABC para evitar que os jornalistas corram riscos desnecessários.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.