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Jornalistas investigativos da Colômbia e do México recebem prêmio Gabriel García Márquez

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  • 13 outubro, 2014

Por Christina Noriega

O jornalista colombiano Javier Dario Restrepo e a jornalista mexicana Marcela Turati foram anunciados como os vencedores do prêmio Reconhecimento de Excelência Jornalística da Fundação Gabriel García Márquez para o Jornalismo Ibero-americano (FNPI) de 2014.

Os dois jornalistas foram reconhecidos por um júri de especialistas em mídia por sua "independência, integridade e dedicação aos ideais de serviço público do jornalismo", numa cerimônia que ocorreu em Medellín, na Colômbia, nos 2º Prêmio Anual de Jornalismo Gabriel García Márquez. Em seus respectivos campos jornalísticos, Restrepo e Turati foram selecionados por mais de uma década de trabalho inovador.

A FNPI, uma organização sem fins lucrativos que busca elevar os padrões jornalísticos na América Latina, criou o prêmio com o objetivo de identificar jornalistas do continente que demonstrem um compromissõ com a integridade e tenham atuado como pioneiros em suas áreas.

Com a morte do fundador da FNPI, Gabriel García Márquez, no último ano, os jurados enfrentaram um desafio adicional desta vez, já que queriam que a alta qualidade e os padrões de trabalho de Marquez refletissem a escolha dos premiados.

Deste modo, o Reconhecimento de Excelência foi atribuído a um repórter veterano da Colômbia, país natal de Márquez, e a uma jornalista investigativa do México, país de residência adotado por Márquez, onde faleceu em abril de 2013.

O júri elogiou a paixão dos beneficiários pela ética em seu ofício e sua dedicação ao povo, apesar dos desafios de fazer reportagem em países de alto conflito. O Reconhecimento de Excelência é atribuído a pessoas que deram um exemplo para os futuros jornalistas investigativos ao exercer seu trabalho com altos padrões éticos.

Desde 1957, Javier Dario Restrepo tem trabalhado como repórter geral, mergulhado na correspondência de guerra, e prosperado como jornalista investigativo. Ele atuou como colunista nos principais jornais colombianos, como o El Tiempo e El Espectador, e é um especialista na ética do jornalismo, sobre a qual ele também escreve. Como professor da FNPI, Restrepo tem realizado workshops e seminários sobre ética.

Em seu discurso, Restrepo celebrou outros jornalistas que mantêm uma ética rigorosa em seu trabalho em face da inovação tecnológica, desafiando o poder dos políticos e denunciando a corrupção.

"Cercados, perseguidos, pressionados ao silêncio por parte das autoridades que não podem suportar ver o poder da informação nas mãos de outros, eles assumiram o jornalismo como sua missão", disse Restrepo.

A jornalista investigativa Marcela Turati cobre principalmente violações dos direitos humanos em todo o México, especialmente as relacionadas com a violência dos cartéis. Turati contribui para a revista Proceso e em 2007 co-fundou Periodistas de a Pie, uma organização sem fins lucrativos que oferece oficinas sobre jornalismo investigativo e defende a liberdade de expressão na América Latina.

Ao falar do estado do jornalismo em regiões de alto risco do México, durante seu discurso, Turati disse que os jornalistas devem ser corajosos em nome das vítimas que sofrem todos os dias pela corrupção e violência.

"Onde o jornalismo não funciona, a morte vence", disse Turati.

Enquanto Restrepo e Turati levaram para casa o Prêmio Reconhecimento de Excelência, outros foram premiados por suas contribuições para o campo do jornalismo: Eduardo Suarez, da Espanha, venceu na categoria texto; Manolo Sarmiento e Lisandra Rivera, do Equador, levaram prêmios na categoria imagem; a equipe de reportagem do Ultima Noticias da Venezuela venceram a categoria Cobertura; e Radio Ambulante, de Peru, Colômbia e Estados Unidos, venceu na categoria Inovação.

O festival de três dias terminou quinta-feira com a cerimônia de premiação dos ganhadores do Prêmio Gabriel Garcia Marquez. Os vencedores receberam 15 mil dólares e uma obra de arte original do artista colombiano Antonio Caro.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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