Jornalistas que cobriam manifestações de policiais militares em Porto Velho no último final de semana, 7 e 8 de maio, sofreram ameaças e intimidações dos agentes que participavam do ato, informou o site Rondoniaovivo.
Enquanto cobria pela TV Candelária, afiliada à Rede Record, o primeiro dia de protesto, o cinegrafista Adilson Santos afirmou ter sido ameaçado por policiais à paisana. No domingo, um grupo de policiais em trajes civis interditou uma ponte com pneus em chamas. Durante o ato, o jornalista do Rondoniaovivo, Luíz Júnior, e o repórter Herivelton Rodrigues Palma também sofreram ameaças.
Segundo o Sindicato dos Jornalistas do Amazonas, Palma registrava com máquina fotográfica o bloqueio e, ao ser percebido pelos policiais militares, sofreu ameaças e chegou a tomar coronhadas. Em seguida, Palma foi obrigado a apagar todos os registros de sua máquina. O profissional registrou boletim de ocorrência e relatou os fatos ao Ministério Público de Rondônia (MPRO).
De acordo com o promotor responsável pela apuração do caso, o MPRO ainda pretende ouvir outras pessoas presentes nas manifestações para tentar identificar os responsáveis pela violência.
Para o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Emanuel Soares Carneiro, os episódios são muito preocupantes. “Os relatos dão conta de que alguns policiais agiram de forma violenta contra cidadãos e jornalistas que cumpriam sua função de cobrir um fato de extremo interesse público. Não podemos admitir obstáculos à livre atividade jornalística, que é protegida pela Constituição”, afirmou.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.