Nesta terça-feira, 5 de fevereiro, jornalistas de diários privados venezuelanos foram impedidos por seguranças da Assembleia Nacional, em Caracas, de realizar a cobertura de um evento na casa legislativa, informou o site La Patilla.
Marisela Castillo e o fotógrafo Saul Uzcátegui, do site Tal Cual, e Ingrid Bravo, do Últimas Noticias, entraram no Palácio Legislativo para cobrir uma homenagem a um estudante, mas foram abordados por Alexander Mejías, membro da equipe de segurança da casa, que os obrigou a deixar o local, segundo informações da organização Espacio Publico. Profissionais de outros veículos também foram privados de ingressar na Assembleia, relatou o Tal Cual.
Apesar dos repórteres apresentarem suas carteiras do Colegio Nacional de Periodistas (CNP) e do Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP), Mejías alegou que eles não possuíam as credenciais adequadas. Contudo, de acordo com a Globovisión, o próprio Parlamento havia se negado a renovar as credenciais vencidas dos jornalistas que atuam na cobertura dos eventos legislativos. Apenas jornalistas de veículos oficiais puderam ingressar na salão principal da Assembleia, acrescentou a emissora.
Não é a primeira vez que jornalistas de veículos privados venezuelanos enfrentam dificuldades para realizar seu trabalho jornalístico em eventos do poder público. Atos do presidente Hugo Chávez frequentemente dão exclusividade à cobertura do Sistema Nacional de Meios Públicos, proibindo a participação de outros meios.
Os jornalistas impedidos de cobrir a homenagem protestaram com cartazes improvisados em frente ao Palácio Legislativo. O presidente do CNP repudiou a expulsão dos repórteres da casa legislativa e solicitou uma reunião com seus diretores. Em nota, a entidade instou o Governo Nacional a respeitar o trabalho dos jornalistas do país para que eles possam cumprir com seu dever de informar.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.