Por Ingrid Bachmann
Como efeito da investigação iniciada pela publicação de uma imagem de corpos empilhados em um necrotério em Caracas, um tribunal venezuelano proibiu a imprensa nacional de divulgar imagens "violentas, sangrentas, grotescas, ligadas ou não ao crime", e que possam afetar crianças e adolescentes, informaram El Nacional e a BBC World. A proibição dura por um mês.
Segundo El Tiempo, nas duas sentenças pronunciadas na terça-feira, o juiz fez referência aos jornais El Nacional e Tal Cual , que haviam publicado as imagens do necrotério.
Uma das sentenças (arquivo PDF) também proíbe El Nacional de publicar informações ou publicidade que tenham "qualquer teor de sangue, armas, mensagens de terror, agressões físicas, imagens com referência à guerra e mensagens sobre morte e mortos".
Na decisão emitida contra o Tal Cual, o juiz pediu aos jornais que "ponderem de maneira objetiva sua conduta no exercício das suas funções", acrescentou El Universal.
A defensora pública, Gabriela Ramirez, disse que o governo não influenciou a decisão, tomada com o intuito de proteger os menores, informou a Agência Venezuelana de Notícias. Mas a imprensa local tachou a medida de censura prévia, diz a BBC Brasil. A oposição declarou que a intenção seria não prejudicar o presidente Hugo Chávez nas eleições legislativas de 26 de setembro, em meio a uma criminalidade galopante, quando a segurança pública é o tema de maior preocupação da população, afirmaram O Globo e a BBC Brasil.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.