Por Diego Cruz
O Departamento de Proteção a Defensores dos Direitos Humanos e Jornalistas do governo mexicano afirma ter beneficiado 210 indivíduos e 3 organizações não governamentais desde a sua criação, em Novembro de 2012.
De acordo com fontes oficiais do governo, 60% das queixas apresentadas no órgão são em decorrência da atuação de autoridades públicas e 40% estão relacionadas com crime organizado. Apesar de alguns beneficiários do mecanismo terem sido realojados em outras casas, incluindo alguns casos de mudança para o exterior, a maioria alegou ter recebido proteção de guarda-costas, celulares, vigilância em casa e medidas preventivas contra eventuais ataques, diz o jornal Milenio.
As situações de apenas 23 jornalistas foram consideradas de alto risco. Sete deles foram realojados na cidade do México ou nos Estados Unidos e moravam em cidades como Veracruz, Tamaulipas Durango e Guerrero, consideradas de risco para o exercício da profissão.
Um número indefinido the jornalistas expressou falta de confiança no mecanismo de proteção e optou por contatar várias ONGs para os ajudar no processo de realojamento no México ou nos EUA. Entre eles estava a jornalista Verónica Basurto Gamero, que em março do ano passado se demitiu do seu trabalho e deixou o país após dois meses de ameaças contra ela e sua família, o que gerou questões sobre a credibilidade do departamento. Basurto disse à organização Repórteres sem Fronteiras que o mecanismo foi afetado pela "lenta reação das autoridades, lenta resolução da burocracia e procedimentos pouco rigorosos."
O Departamento de Proteção a Defensores dos Direitos Humanos e Jornalistas foi criado após vários anos de pressão de organizações nacionais e internacionais que exigiram uma estrutura de proteção para jornalistas em situações de alto risco.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.