O fotojornalista mexicano Edgar Daniel Esqueda Castro foi encontrado morto em 6 de outubro em San Luis Potosí, no centro do México, um dia depois de ter sido sequestrado por homens que supostamente se identificaram como policiais.
O corpo de Esqueda Castro foi encontrado nos arredores do aeroporto internacional Ponciano Arriaga com sinais de tortura e execução, segundo El Universal.
A Procuradoria Geral de Justiça do Estado (PGJE) de San Luis Potosí confirmou a morte do fotojornalista depois que seu corpo foi reconhecido por seus familiares, acrescentou o jornal.
“Amigo, hoje te perdemos, tiraram sua vida de uma forma tão covarde, você salvou tantas de forma tão valente, sei que você descansa em paz”, disse Metropoli San Luis, um dos meios nos quais Esqueda Castro trabalhava, ao anunciar que seu corpo havia sido encontrado. “Estamos com sua família, com sua filha de um ano, Daniela. NÃO SE MATA A VERDADE MATANDO JORNALISTAS.”
O veículo postou um vídeo com jornalistas de vários meios observando um minuto de silêncio por Esqueda Castro diante do Palácio do Governo do Estado. Eles tinham em mãos cartazes que diziam “Ni Uno Más” (“Nem um mais”) e “Sigo yo?” (“Eu sou o próximo?”).
Segundo informaram familiares de Esqueda Castro, na manhã do dia 5, homens armados que se identificaram como agentes da Polícia Ministerial invadiram a casa do fotojornalista e de sua família e o levaram, reportou Subrayado.
No mesmo dia, a PGJE divulgou um comunicado em seu perfil no Twitter por meio do qual a Polícia Ministerial do Estado de San Luis Potosí negou ter realizado uma ação policial contra o fotojornalista.
Esqueda Castro atuava na cobertura das editorias de polícia e de sociedade para os meios locais Metropoli San Luis e Vox Populi. Os dois veículos informaram que o fotojornalista já havia sido ameaçado em seu trabalho por policiais ministeriais, que chegaram a dizer que iriam sequestrá-lo.
Devido às ameaças, o fotojornalista havia apresentado queixa ante a Comissão Estatal de Direitos Humanos e o Comitê de Proteção a Jornalistas do Estado de San Luis Potosí, informou o Metropoli.
Antes que o corpo do fotojornalista fosse encontrado, o governador do Estado, Juan Manuel Carreras, disse no dia 5 que seu governo estava trabalhando no caso em conjunto com a Procuradoria Geral de Justiça de San Luis Potosí, reportou o Vox Populi. A Procuradoria Geral da República e o Mecanismo Nacional de Proteção a Jornalistas também haviam sido acionados, disse o veículo.
Segundo o Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ), somente neste ano pelo menos quatro jornalistas foram assassinados no México em retaliação a seu trabalho, e o Comitê está investigando as circunstâncias de um quinto assassinato de jornalista no país.
Organizações divergem na contagem de jornalistas assassinados, devido ao uso de diferentes critérios. Alguns veículos de mídia reportaram pelo menos 11 jornalistas assassinados no México somente neste ano.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.