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Ministério Público da Bolívia processa jornalistas por apologia ao crime contra camponeses indígenas

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  • 2 setembro, 2010

Por Maira Magro

O Ministério Público da Bolívia processou três jornalistas por “usar os meios de comunicação para induzir a população a cometer delitos" contra camponeses indígenas, em um caso de violência e racismo na cidade de Sucre, em 24 de maio de 2008, informou o site Erbol.

Roger González, diretor do Canal 13 de TV Universitária; Delfín Ustares, ex-apresentador da rede Bolivisión; e Daniel Villavicencio, do jornal Correo del Sur, são acusados pelo MP de suposta “instigação pública a delinquir e apologia ao crime”, ao escrever sobre o episódio em que pelo menos 18 camponeses foram feitos reféns, agredidos fisicamente, humilhados e obrigados, seminus, a gritar insultos contra o governo da Bolívia em uma praça em Sucre, supostamente instigados por grupos de oposição ao presidente Evo Morales, que tentavam impedir mudanças na Constituição. Os camponeses iriam se encontrar com Morales em uma festa cívica regional, explica O Globo.

Organizações da imprensa afirmaram que os jornalistas estão sendo perseguidos simplesmente por cobrir o episódio e transmitir informações à sociedade, e acusaram o Ministério Público de “excesso e arbitrariedade”, disse o diário La Razón. Jornalistas de Sucre fizeram um protesto na quarta-feira, 1 de setembro, em favor dos colegas processados, relatou o Correo del Sur.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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