Um grupo de agricultores no México usou três jornalistas como reféns e ameaçaram queimá-los vivos para exigir apoios econômicos das autoridades do estado de Campeche, no sudeste do país, segundo informou o jornal Milenio.
Habitantes de Nunkiní, um povoado indígena, retiveram durante 12 horas um correspondente do periódico Milenio e dois repórteres da emissora de TV local Mayavisión. Os agricultores condicionaram a liberação dos profissionais de imprensa à entrega de 5 milhões de pesos (cerca de 380 mil dólares) prometidos pela Comissão Nacional Florestal (Conafor), segundo detalhou a organização Artigo 19.
Os repórteres Edgar Icthe Villafaña e Oliver Pacheco e o cinegrafista Erik Hernández Uscanga foram à comunidade para cobrir uma protesto de campesinos armados com paus e facões que tinha começado na terça-feira, 10 de abril. Ao chegar ao lugar dos fatos, os jornalistas tiveram seus equipamentos confiscados e foram presos no Comissariado Municipal, de acordo com Artigo 19.
Após 10 horas, os manifestantes concordaram em liberar Pacheco, que relatou a situação e solicitou ajuda por meio de outros jornalistas à Secretaria de Segurança Pública e à promotoria estadual, segundo narrou o site Campeche. Colegas de profissão protestaram em frente ao palácio do governo para exigir a liberação de seus companheiros.
Os outros dois repórteres foram liberados na tarde de quarta, 11 de abril, quando o secretário estadual de Segurança Pública e o procurador estadual se ofereceram em troca e concordaram em assinar as petições dos agricultores, informou Milenio. Após o incidente, dois dos jornalistas foram levados ao hospital por intoxicação e uma fratura no braço, explicou a publicação.
El enfrentamiento que libran los campesinos de Nunkiní con vecinos de Santa Cruz Ex Hacienda dejó cuatro personas con heridas de bala, informó la agencia de noticias Proceso.