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No México, jornal anuncia autocensura depois de sofrer ataque e legislador propõe multar imprensa por divulgar violência

Apesar do tiroteio contra o prédio do jornal El Mañana na cidade fronteiriça de Nuevo Laredo na noite de sexta, 11 de maio, os jornalistas da publicação conseguiram fechar a edição de sábado e voltaram a trabalhar no dia seguinte, informou o diário Detroit Free Press.
Nem uma granada parou as prensas no México”, foi a manchete do Detroit Free Press para dar destaque ao ataque armado contra o jornal.

Em fevereiro de 2006, o jornal registrou um ataque com granada que deixou semi-paralítico um de seus empregados e seu diretor editorial foi assassinado a facadas em 2004, sem que as autoridades tenham investigado os crimes. Desde 2006, o periódico informou que autocensuraria notícias sobre o crime organizado no estado de Tamaulipas, um dos mais afetados pelo crime organizado.

Seis anos depois, El Mañana publicou um artigo para delinear sua política editorial: “Este jornal, apelando à compreensão da opinião pública, se absterá, pelo tempo necessário, de publicar qualquer informação a respeito das disputas violentas que sofre nossa cidade e outras regiões do país”, de acordo com o editorial de domingo, 13 de maio. Os diretores do periódico explicaram que tomaram a decisão por “falta de condições para o livre exercício do jornalismo” e que só abordarão o tema do crime organizado por meio da opinião de analistas na matéria.

Em Chihuahua, outro estado que faz fronteira com os Estados Unidos, um deputado local apresentou uma iniciativa de lei para multar em até 145.000 pesos (mais de US$10.600) veículos que divulguem fotos sangrentas ou grotescas das vítimas da violência, informou o periódico Norte de Ciudad Juárez.

Alejandro Pérez Cuéllar, autor da iniciativa para reformar a Lei de Saúde estadual, explicou que sua proposta não é uma medida para restringir a liberdade de expressão, mas uma forma de respeitar a dor das famílias, a dignidade humana e proteger os dieritos das vítimas, informou o site Al Margen.

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