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No México, jornalistas reclamam de falta de transparência do governo sobre explosão na Pemex

Após quatro dias de uma explosão nos escritórios centrais da empresa Petróleos Mexicanos (Pemex) na Cidade do México, os jornalistas deste país denunciam a falta de transparência e informação sobre as causas do incidente que resultou na morte de 36 pessoas, de acordo com o site CNN Espanhol.

Uma explosão em uma torre da Pemex ocorreu em 31 de janeiro. Crédito: El Universal.

“A dúvida sobre se foi acidente ou atentado continua”, escreveu Pascal Beltrán do Río, diretor editorial do jornal Excélsior em seu texto “Pemex: perguntas sem resposta”. Em sua opinião, a equipe do presidente Enrique Peña Nieto atuou com rapidez ao chegar ao lugar dos fatos e informar por meio das redes sociais sobre o ocorrido. Porém, o governo designou três porta-vozes distintos em menos de 28 horas e com isso, falhou em transmitir uma mensagem uniforme. Até agora, segundo denunciou a jornalista Sanjuana Martínez no site Sin Embargo, o governo federal ocultou informação como o número de desaparecidos entre os escombros e as linhas de investigação que estão seguindo. Inclusive os trabalhadores da Pemex estão proibidos de falar com veículos de comunicação sobre as causas del incidente, escreveu. Martínez também destacou que enquanto continuavam a perícia e os trabalhos de resgate aos trabalhadores, o presidente Peña Nieto tirou férias na praia Punta Mita, na costa ocidental do país. “O governo já demorou a dar una detalhada coletiva de imprensa onde os funcionários indicados pudessem falar, sem reservas, de toda a informação que tinham”, destacou o colunista Salvador Camarena no diário Razón. “As primeiras declarações sobre aspectos técnicos causaram confusão”, escreveu o colunista Raymundo Rivapalacio. Por exemplo, as autoridades não divulgaram os planos do edifício nem esclareceram se havia materiais explosivos no sótão onde três das vítimas trabalhavam na manutenção de dutos. “O que esses dutos transportavam também não se sabe”, acrescentou.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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