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Organização colombiana pede às autoridades rápida investigação de ameaças de morte contra jornalistas

A Fundação para a Liberdade de Imprensa (FLIP) da Colômbia pediu à Procuradoria Geral da República e ao Ministério do Interior que investiguem prontamente as recentes ameaças de morte contra jornalistas no início de setembro.  foram feitas pelo suposto grupo paramilitar Águilas Negras.

A senadora Aída Avella Esquivel, que também foi ameaçada, divulgou publicamente a declaração das Águilas Negras no dia 4 de setembro na sua conta de Twitter.

Segundo a FLIP, entre 2016 e 2018 houve 14 ameaças das Águilas Negras contra jornalistas na Colômbia, sete delas neste ano.

Sebastián Salamanca, advogado e coordenador da área de atenção e defesa dos jornalistas da FLIP, disse ao Centro Knight que as Águilas Negras não explicam na sua declaração porque ameaçam matar esses jornalistas, parlamentares, organizações e defensores dos direitos humanos, apenas os qualifica como guerrilheiros e milicianos camuflados.

Entre os jornalistas mencionados no comunicado estão Daniel Coronell, colunista da revista Semana; Julio César González, caricaturista; e Jineth Bedoya, subeditora do jornal El Tiempo e colaboradora do site La Silla Vacía, que também foi ameaçada pela organização em julho, segundo a FLIP. Eles, assim como legisladores, organizações sociais e defensores de direitos humanos, são declarados pelas Águilas Negras como "objetivos militares" por supostamente pertencerem à guerrilha.

"Para nossa organização, não existe nenhum esquema de segurança que nos impeça de prosseguir e acabar com cada um desses guerrilheiros (...) a partir desta data prosseguiremos para a execução total de nossas advertências", declara a mensagem do grupo.

Segundo Salamanca, é muito suspeito que um grupo sobre o qual as forças de segurança do Estado ainda não tenham relatado qualquer atividade, confronto ou presença ou controle territorial esteja periodicamente fazendo ameaças de morte a pessoas que estão exercendo sua liberdade de expressão e dando opiniões ou informando sobre questões de relevância pública colombiana.

O senador Iván Cepeda Castro, também ameaçado de morte na mensagem, e o pesquisador social colombiano e cientista político Ariel Ávila apontaram recentemente que as Águilas Negras não são um grupo paramilitar, mas um grupo criminoso contratado por terceiros para intimidar líderes sociais e comunidades para defender interesses privados.

Em uma recente apresentação perante a Câmara dos Representantes do Parlamento, Cepeda exigiu que o Ministério da Defesa esclareça se há provas da existência das Águilas Negras e se é sabido são eram seus comandantes.

"Isso [as Águilas Negras] não existe, é uma fachada, é uma denominação usada para fazer operações secretas", disse Cepeda. E acrescentou: "Pedimos clareza diante disso, que o Ministério da Defesa nos diga se tem provas da existência das Águilas Negras, (...) ou se estamos na presença do que vimos nos anos 1980, que foi a proliferação de nomes diferentes para estruturas paramilitares", disse o senador.

Ávila, por sua vez, disse ao site Red Comunitária de Medios que as "Águilas Negras" são um fantasma que não existe e por trás deles há pessoas na legalidade.

Em relação aos jornalistas ameaçados por esse suposto comando, a FLIP solicitou à Unidade Nacional de Proteção (PNU), órgão ligado ao Ministério do Interior, que concedesse as medidas de proteção necessárias aos profissionais da imprensa para proteger suas vidas.

Segundo Salamanca, a UNP já conhece a situação e o que falta é determinar, a partir de um estudo de risco, quais são as medidas de proteção que o Estado deve atribuir aos jornalistas.

"Às vezes se faz um pedido de um procedimento de emergência, onde não se espera um estudo de risco, mas o Estado oferece unilateralmente uma série de medidas urgentes para salvaguardar situações de risco iminente", disse o representante da FLIP.

Em agosto deste ano, as Águilas Negras ameaçaram três jornalistas de diversos meios através do Facebook. Em meados de julho, depois de ameaçar a Jineth Bedoya e La Silla Vacía pela primeira vez em 2018, eles se voltaram para María Jimena Duzán, colunista da Semana. Eles a ameaçaram de morte via Twitter.

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