Por Ingrid Bachmann
Diversos jornalistas e organizações pela liberdade de expressão criticaram as medidas de proteção à imprensa propostas pelo governo mexicano, que careceriam de recursos para atacar as raízes do problema, informou o El Diario de Juárez.
O México é considerado um dos países mais perigosos do mundo para jornalistas. Grupos nacionais e internacionais pedem às autoridades que implementem medidas concretas de proteção aos profissionais de imprensa.
Desde o começo do ano, o governo mexicano e diversas organizações discutem a criação de um protocolo de proteção aos jornalistas, mas grupos como a ONG Article 19, a Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARC), o Centro Nacional para a Comunicação Social (Cencos) e o Centro para o Jornalismo e a Ética Pública (CEPET) afirmam que há meses não ocorrem quaisquer reuniões sobre o assunto, explica o La Jornada.
Uma das críticas ao protocolo se refere à falta de recursos específicos para a proteção aos jornalistas. Além disso, suas diretrizes estariam sendo redigidas apenas pelas autoridades -e a proteção aos jornalistas ficaria principalmente a cargo dos governos locais, não do federal.
A violência relacionada ao tráfico de drogas deixou sua marca na imprensa mexicana, prejudicando seriamente a liberdade de expressão no país. (Para alguns exemplos, veja este mapa do Centro Knight sobre a violência contra jornalistas no México.)
O crime organizado também renovou seus esforços para controlar o conteúdo veiculado pela mídia, chegando ao ponto de diversos jornais locais publicarem, sob ameaça, "press releases” de grupos de criminosos como Los Zetas, escreveu Mike O’Connor para o GlobalPost.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.