Mais da metade dos panamenhos acredita que a liberdade de expressão está em risco em seu país, onde imprensa e governo, chefiado pelo presidente Ricardo Martinelli, têm estado em conflito nos últimos meses, informou a agência de notícias AFP.
A constatação vem de uma pesquisa realizada pelo jornal La Prensa na última sexta-feira (25). Para cerca de 54% das 1.211 respostas, a liberdade de expressão no Panamá está em risco, particularmente em regiões onde os protestos contra o ambiente, trabalho e reformas de mineração têm ocorrido, informou a Prensa Latina.
Além disso, cerca de 59% caracterizaram como "abusiva" a expulsão dos jornalistas espanhóis Francisco Gómez Nadal e María del Pilar Chato, acusados de instigar protestos contra as reformas ambientais de mineração, de acordo com a agência de notícias EFE.
A liberdade de imprensa no Panamá iniciou 2011 sob tensões geradas por um projeto de lei que incluía penas de até quatro anos de prisão para quem ofendesse o presidente. Embora Martinelli tenha se encarregado de retirar a iniciativa, a imprensa continuou a denunciar leis que permitem criminalizar a difamação.
No final de 2010, dois jornalistas foram condenados por calúnia a não praticar o jornalismo por um ano - embora a sentença tenha sido anulada -, e um outro jornalista passou 19 dias atrás das grades, acusado de difamação por um artigo que havia escrito há mais de uma década.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.