A prefeita de Santa Luzia, cidade na Região Metropolitana de Belo Horizonte, estado de Minas Gerais, foi presa sob a acusação de envolvimento no assassinato de jornalista Maurício Campos Rosa, em agosto de 2016.
Roseli Ferreira Pimentel foi presa no dia 7 de setembro, de acordo com o portal G1.
A Polícia Civil cumpriu um mandado de prisão preventiva contra a prefeita, que foi encontrada em casa, segundo o Estado de Minas. Além de Pimentel, outros três suspeitos do assassinato foram presos: David Santos Lima (conhecido como Nego), Alessandro de Oliveira Souza (vulgo Leleca) e Gustavo Sérgio Soares Silva (o Gustavim). Todos vão depor no Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Rosa, de 64 anos, era proprietário do jornal O Grito e estava investigando um suposto caso de corrupção envolvendo vereadores e uma empresa de coleta de lixo. Ele foi atingido por cinco tiros, quando saía de uma casa em direção ao carro com identificação do meio de comunicação. O jornal quinzenal de notícias da região é distribuído gratuitamente há mais de 20 anos, de acordo com o Estado de Minas.
O caso foi o quarto assassinato de jornalistas no Brasil em 2016. O país ocupou o quarto lugar no ranking dos mais mortíferos para a profissão na contagem da ONG Repórteres sem Fronteiras do ano passado.
A prefeita começou a ser investigada pelo suposto envolvimento com o assassinato em abril de 2017, segundo o portal Comunique-se. O processo corre em segredo no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Na época, a política disse ser inocente. “Recebo com surpresa e indignação a notícia de que estaria sendo investigada em processo criminal. A surpresa e a indignação de quem sabe que é inocente”, disse ela em nota.
Pimentel já havia sido cassada em cinco vezes diferentes e permanecia no cargo por meio de uma liminar, segundo o G1. Ela e seu vice-prefeito, Fernando César de Almeida Nunes Resende, são acusados de captação e gasto ilícito de dinheiro durante a campanha eleitoral. A prefeita também havia sido condenada por enviar mensagens a diretores e professores de escolas pedindo para influenciar pais de alunos na eleição, de acordo com O Globo.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.