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Presidente boliviano Evo Morales lança canal de TV estatal para "democratizar a comunicação"

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  • 14 Maio, 2012

Na noite de quinta, 10 de maio, mesmo dia que o presidente boliviano Evo Morales acusou a imprensa de deturpar informação, o presidente lançou o canal estatal digital Bolívia TV HD, com o objetivo de “democratizar a comunicação” e promover a diversidade cultural, informaram os jornais La Razón e Télam.

De acordo com o site eabolivia.com, embora o propósito do canal de televisão nacional seja “informar com objetividade e contribuir com o desenvolvimento social e cultural do país”, o caso do canal estatal Bolivia TV nunca foi esse, e sempre foi uma espécie de “propaganda oficial na Bolívia.” Ainda assim, desde que o presidente Morales assumiu a presidência em 2006, o canal começou a experimentar “profundas mudanças”, piorando sua situação financeira e terminando por falir em 2009, acrescentou eabolivia.com.

Segundo o El Deber, o presidente Morales disse que este novo canal “vai melhorar o conhecimento da realidade boliviana”, enquanto a ministra de Comunicação, Amanda Dávila, declarou que “o direito à comunicação não é um ‘privilégio dos jornalistas’, mas da população como um todo, para que possa emitir as mensagens que quiser”, acrescentou o jornal Telesur.

Evo Morales, que é o primeiro presidente de origem indígena na Bolívia, onde a maioria dos habitantes, de fato, é indígena, fez vários esforços para acabar com a discriminação que supostamente existe no país contra as pessoas desta origem. Em outubro de 2010, por exemplo, ele promulgou a polêmica Lei Contra o Racismo e Toda Forma de Discriminação, que provocou uma onda de críticas de jornalistas que alegaram que a regra poderia servir facilmente a penalizar qualquer pessoa, violando a liberdade de expressão e criando um ambiente de autocensura na Bolívia.

Em 23 de abril, o governo de Morales foi criticado pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) por ser um dos mais "arbitrários e intolerantes” com a imprensa. As acusações se devem às múltiplas tentativas do presidente boliviano de regular os meios de comunicação e à grande quantidade de agressões a jornalistas que ocorrem no país, a maioria proveniente de grupos governistas.

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