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Presidente venezuelano culpa mídia americana pela instabilidade no país

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  • 25 fevereiro, 2014

Por Paulina Garza e Samantha Badgen*

O presidente venezuelano Nicolás Maduro acusou o governo norte-americano de representar a Venezuela negativamente e de participar em um complô para derrubar o governo, publicou Bloomberg.

“Estão pedindo uma guerra civil, ódio e estão mentindo ao mundo sobre o que está acontecendo na Venezuela. Isso é pelo dono da CNN, ele quem dita as regras. E trabalham com o Departamento de Estado, e usam o canal para fomentar uma guerra de mentira entre venezuelanos, e dizem internacionalmente que deveria haver uma intervenção na Venezuela,” disse Maduro, segundo a CNN.

As críticas do presidente ocorrem após a cobertura internacional dos protestos na Venezuela, onde seus cidadãos continuam marchando nas ruas para mostrar o descontentamento com o governo.

Estamos protestando porque queremos direitos na Venezuela. Não podemos seguir com este governo corrupto, onde não temos direito de fazer nada, não há liberdade de expressão e os estudantes são maltratados”, afirmou Jose Bandares, estudante de medicina, em uma entrevista para o jornal britânico The Telegraph.

Na quinta-feira, uma semana depois que o sinal do canal colombiano NTN24 foi bloqueado enquanto transmitia ao vivo as manifestações,  o governo suspendeu a permissão de trabalho de uma produtora, Patricia Janiot e Rafael Romo, jornalistas da CNN em Espanhol.

Segundo o BBC Mundo, Janiot falou sobre o incidente em seu programa de televisão Nuestro Mundo na quinta, logo após voltar de Caracas. A jornalista disse que além de terem tido a permissão de trabalho revogada, foram vítimas de assédio no aeroporto. Ela e a produtora foram levadas a um escritório antinarcóticos onde funcionários fizeram uma inspeção em busca de drogas ou algum tipo de explosivos.

Um dia depois de retirar as credenciais de imprensa dos jornalistas da CNN e ordenar que eles deixassem o país, Maduro começou a voltar atrás, disse a CNN.

Segundo o veículo, Maduro agora está dizendo que jornalistas estrangeiros podem ficar no país se respeitarem as leis da Venezuela.

“Sei que querem ficar na Venezuela”, disse Maduro em uma coletiva de imprensa. “Fiquem, cubram a Venezuela, cubram de maneira equilibrada. Quando os chamarem e disserem cubra isso’, encontrem um equilíbrio… um equilíbrio baseado no respeito pelas leis venezuelanas. Quem não respeitar as leis não estará nos sinais venezuelanos”.

Na coletiva, Maduro também denunciou outros veículos americanos, incluindo Fox News, ABC e NBC, por fomentar a oposição contra o governo.

O governo venezuelano e as empresas de mídia têm tido atritos constantes. Recentemente, jornalistas foram atacados por oficiais e civis durante protestos.

Na semana passada, Venezuela também expulso três diplomatas americanos, alegando que conspiravam para derrubar o governo, algo que o Departamento de Estado nega reiteradamente.

Infobae informou em 25 de fevereiro que o número de mortos nos protestos subiu a 14 e o de feridos chegou a 140.

*Paulina Garza e Samantha Badgen são estudantes da turma "Jornalismo na América Latina" na Universidade do Texas. Samantha Badgen também trabalha como estagiária no Centro Knight para o Jornalismo nas Américas.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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