Telésforo Santiago Enríquez, fundador da estação de rádio comunitária indígena Estéreo Cafetal, foi assassinado em 2 de maio no estado de Oaxaca, no México.
Homens armados emboscaram o jornalista em San Agustín Loxicha enquanto ele estava dirigindo para apresentar o noticiário da noite em sua estação de rádio, segundo reportou o Noticias Voz e Imagen de Oaxaca, citando o porta-voz da seção local da União Nacional dos Trabalhadores da Educação.
Santiago Enríquez recebeu recentemente ameaças, de acordo com o que duas pessoas próximas ao apresentador de rádio disseram à organização pela liberdade de expressão Artigo 19 do México.
A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) disse que o jornalista recebeu ameaças de morte em fevereiro de 2019. A organização, assim como a mídia local, também disse que ele “frequentemente criticava autoridades locais” em seus programas.
"Nós da equipe 'Estéreo Cafetal' estamos consternados e indignados com o covarde assassinato de nosso diretor, companheiro e amigo, Professor Telesforo Santiago, que sempre foi um grande exemplo de luta e trabalho por seu povo", escreveu a estação de rádio Estéreo Cafetal em sua página no Facebook.
Santiago Enríquez também foi professor, promotor e defensor das línguas indígenas, segundo Noticias Voz e Imagen de Oaxaca. A organização também informou que ele pertencia ao Movimento Democrático dos Trabalhadores da Educação de Oaxaca (MDTEO). Ele concorreu à presidência municipal várias vezes, segundo El Sol de Mexico.
A Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) condenou o assassinato do apresentador de rádio e disse que pedirá medidas cautelares para sua família e seus colegas.
Emmanuel Colombié, diretor para a América Latina da RSF, pediu uma “investigação exaustiva e transparente” sobre o assassinato.
O Procurador Geral do Estado de Oaxaca disse que estava investigando o assassinato do fundador de uma estação de rádio comunitária identificado pelas iniciais T.S.E. e estava comprometido para que o caso não permanecesse impune. A pessoa, disse, foi baleada “na altura do rosto e pescoço”.
Santiago Enríquez foi morto às vésperas do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, celebrado anualmente em 3 de maio. Ele é o terceiro trabalhador da imprensa comunitária e quarto jornalista a ser morto este ano no México, de acordo com a Artigo 19 do México.