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Radialista mexicano assassinado no Estado de Sonora é o quarto jornalista morto no país em 2019

*Esta nota foi atualizada para incluir declarações e informações do Comitê para a Proteção dos Jornalistas e uma declaração da Sociedade Interamericana de Imprensa.

O jornalista e radialista Santiago Barroso foi assassinado na porta de sua casa, no Estado mexicano de Sonora, na noite de 15 de março.

O jornalista Santiago Barroso

O jornalista Santiago Barroso foi assassinado no Estado mexicano de Sonora em 15 de março (Reprodução)

Um homem ou homens armados bateram à porta da residência de Barroso em San Luis Río Colorado e atiraram nele quando ele abriu a porta, segundo relatou a Rede Sonora de Periodistas via Twitter. Ele morreu pouco depois no hospital.

Citando o Ministério Público de Sonora, a rede disse que o jornalista foi baleado três vezes.

La Crónica relatou que um único homem armado bateu na porta e que uma mulher estava esperando por ele em um veículo que ele usou para escapar.

Barroso era apresentador do programa de rádio "Buenos Días San Luis", transmitido pela estação 107.1 FM Río Digital, e pelas redes sociais. No programa, o jornalista cobria as notícias do dia.

Além de apresentar o programa de rádio, Barroso era diretor do site de notícias Red 653, colunista do semanário Contraseña, correspondente da Radio Sonora e professor de jornalismo na Universidade Tecnológica de San Luis Río Colorado, segundo a Red Sonora de Periodistas. O semanário Zeta disse que Barroso era um ex-colaborador do jornal Imparcial e La Crónica.

Como apontado pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), La Jornada informou em 18 de março que o procurador-geral de Sonora disse que o trabalho jornalístico de Barroso era a primeira linha de investigação, mas que outros motivos não seriam descartados. O gabinete do procurador-geral apontou a crítica do jornalista ao tráfico humano e de drogas na fronteira EUA-México na última transmissão de seu programa de rádio, disse o jornal.

O CPJ também disse que em uma coluna de 15 de fevereiro para o semanário Contraseña, Barroso cobriu o tráfico de drogas e o papel de San Luis Río Colorado como um centro dessa atividade para o Cartel de Sinaloa.

O comitê conversou com ex-colegas do jornalista que disseram não estar cientes de ameaças contra ele. Também citou um porta-voz do Mecanismo Federal para a Proteção dos Defensores dos Direitos Humanos e Jornalistas, dizendo que o jornalista não estava sob esse programa e não havia denunciado qualquer ameaça.

“Santiago Barroso Alfaro era um jornalista reconhecido e respeitado em San Luis Ríos Colorado e na região”, escreveu no Twitter a Red Sonora de Periodistas. “Há muita tristeza, dor, impotência e consternação no meio jornalístico na #SLRC e na #Sonora.”

O CPJ pediu uma investigação meticulosa do assassinato.

"O assassinato de Santiago Barroso ressalta a necessidade urgente de que o governo do presidente Andrés Manuel López Obrador e o recém-nomeado procurador-geral federal, Alejandro Gertz Maner, tomem medidas imediatas para proteger a imprensa mexicana", disse o representante do CPJ no México, Jan-Albert Hootsen, de acordo com uma nota da organização.

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) também pediu investigações rápidas e apontou a impunidade e a "ineficácia das medidas de proteção existentes".

Ele é o quarto jornalista assassinado no México em 2019, segundo Animal Político.

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