O jornalista Rodrigo Rangel, da revista Veja, foi agredido por seu entrevistado quando apurava uma reportagem na tarde de quinta-feira, 4 de agosto, em um restaurante em Brasília, informou a Folha de S. Paulo.
O episódio foi descrito na “Carta ao Leitor” da edição da revista que foi às bancas neste sábado. Segundo a publicação, Rangel foi ouvir o lobista Júlio Fróes, personagem principal de uma matéria sobre supostas práticas de corrupção e tráfico de influência no Ministério da Agricultura. Os dois conversavam por quase meia hora, quando o interlocutor se descontrolou e começou a dar joelhadas e socos no repórter.
O lobista ainda teria ameaçado Rangel e levado seu bloco de anotações. A cena foi testemunhada por diversas pessoas e registrada em boletim de ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia Civil do Distrito Federal. O jornalista, que já foi medicado, passa bem.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudiaram a agressão e cobraram respostas das autoridades. "A ANJ espera que as autoridades tomem as devidas providências, apurando este caso de agressão e cerceamento ao livre exercício do jornalismo, praticado por quem se dizia falar em nome de um ministro de Estado", declarou a entidade, citada pelo G1.
Em outro episódio de violência contra profissionais da imprensa, uma equipe de reportagem da EPTV, emissora afiliada da Rede Globo, também sofreu hostilidade de um entrevistado, de acordo com o Jornal Floripa.
O ex-secretário de Comunicação da prefeitura Francisco de Lagos, denunciado sob suspeita de formação de quadrilha por ter dificultado as investigações de um esquema de fraude em licitações, retirou o microfone da jornalista que tentou abordá-lo e empurrou a câmera do cinegrafista.