Por Isabela Fraga
Uma equipe de repórteres da estatal Venezoelana de Televisíon (VTV) foi agredida com chutes e socos durante um ato da Mesa da Unidade Democrática (MUD), coalisão de partidos opositores ao governo Chávez, informou o site do Instituto Imprensa e Sociedade (IPYS, na sigla em espanhol). Cerca de 20 seguranças do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, teriam dado início à agressão, durante a fala do presidente da MUD, na capital venezuelana.
Um dos repórteres mais agredidos foi Carlos Chacón, cinegrafista da VTV, que sofreu vários traumatismos cranianos e fraturou a clavícula, segundo a rádio Alba Ciudad, mencionada pelo IPYS. O jornalista Jeisson Rausseo, da Ola Bolivariana, contou à rádio que "no meio do ato, um grupo de camisas negras com tendências neonazis levantaram com um cartaz que dizia "Não somos da MUD, não somos chavistas, somos nacionalistas".
Segundo o jornalista da VTV Pedro Carvajalino, nesse momento o presidente da MUD, Ramón Guillermo Aveledo, disse que a manifestação dos camisas negras eram um "ato de provocação do governo", e identificou os jornalistas da VTV como oficialistas -- o que teria motivado as agressões.
O ministro de Comunicação e Informação, Ernesto Villegas, lamentou a situação. "É um momento oportuno para refletirmos, a forma como os líderes políticos coordenam esses eventos públicos é crucial para que a Venezuela possa continuar realizando um debate democrático", disse, segundo o site da Agencia Venezoelana de Noticias (AVN).
O Colégio Nacional de Jornalistas de Caracas (CNP) também expressou seu desagrado em relação à agressão e lembrou um trecho da constituição do país, que diz: "não existem dois tipos de venezuelanos, não existem dois tipos de jornalistas, não existem dois tipos de comunicadores".
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.