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RSF pede reformas para proteger imprensa no Paraguai

Embora a violência contra os jornalistas no Paraguai seja menor do que no México, em Honduras ou na Colômbia, os profissionais de imprensa do país correm riscos diariamente, especialmente em regiões de fronteira controladas por máfias internacionais, desempenhando suas tarefas sozinhos e sem recursos e lidando com fontes frequentemente comprometidas pela corrupção, afirma um relatório da Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Divulgado na terça-feira 26 de julho, o relatório foi produzido a partir de uma missão da RSF que visitou o país entre 3 e 10 de julho, com o apoio do Fórum de Jornalistas Paraguaios (FOPEP).

O texto ressalta a situação do Paraguai, maior produtor de maconha da América do Sul e tomado por traficantes brasileiros. Além disso, desde a década passada, o Paraguai também enfrenta o grupo guerrilheiro Ejército del Pueblo Paraguayo (EPP) e suas "atividades criminosas".

Esses fatores comprometem tanto o trabalho, como a segurança dos jornalistas paraguaios, afirma a RSF. Entre os principais problemas enfrentados pelos profissionais de imprensa do país estão a "autocensura alimentada por pressões diretas", a "falta de apoio das redações a seus repórteres” e “uma quase completa impunidade judicial nos casos mais graves”, explicou o ABC.

“O Paraguai não é um país com altos índices de violência, mas o tráfico tem um peso na economia que pode afetar a cobertura feita pela imprensa”, disse Benoît Hervieu, representante para a América da RSF e autor do relatório, citado pelo ABC. “O fenômeno de compra de jornais ou de participação acionária em meios de comunicação por parte de organizações criminosas existe”, acrescentou.

No entanto, a RSF afirma que a solidariedade entre jornalistas paraguaios, brasileiros e argentinos é uma forma de confrontar o problema. Além disso, a organização sugere:

* Uma reforma dos sistemas judicial e penal que possa ajudar a acabar com a impunidade.

* A aprovação de uma lei que garanta não só aos jornalistas, como a todos os cidadãos, o direito de questionar e controlar as políticas públicas.

* Uma legislação que regule de forma mais clara o financiamento dos meios de comunicação ou de qualquer entidade ou organização que produza informação de interesse público, para impedir a infiltração do crime organizado.

* Limitar pagamentos "exorbitantes" em processo judiciais, que podem comprometer não só a situação financeiras dos jornalistas em particular, como a sobrevivência dos veículos.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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