Por Maira Magro
O secretário de Comércio Interior da Argentina, Guillermo Moreno, levou capacetes e luvas de boxe para uma assembleia que discutiria mudanças na comissão fiscalizadora da Papel Prensa, maior fabricante de papel jornal do país, relatou o jornal Clarín (veja também no link o vídeo da reunião).
As mudanças interessavam ao grupo Clarín e o jornal La Nación, sócios do Estado argentino na propriedade da empresa – que se tornou mais um ringue de disputas na turbulenta relação entre o governo argentino e os dois grupos de comunicação. Como explica o jornal La Nación, os acionistas privados querem tirar um dos representantes do Estado do órgão de controle da Papel Prensa. O órgão fiscalizador é o único em que o Estado tem maioria, diz o Página 12.
Representantes do governo acusaram os sócios privados de quererem provocar um "escândalo jurídico" e “impor sua maioria automática sem escutar argumentos”, relatou a agência de notícias Telám.
Numa estratégia inusitada para impedir a mudança, Moreno ofereceu capacetes e luvas de boxe aos representantes do Clarín e La Nación: “Esses são os elementos de proteção que vão nos permitir entrar em acordo. Não há nenhuma possibilidade de modificar o único órgão em que o Estado tem maioria. Os acionistas privados não têm vontade de avançar em uma gestão transparente.” E continuou, até chegar aos gritos. A reunião foi suspensa.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.