O prédio que abriga o jornal chileno El Mercurio de Valparaíso foi incendiado em meio a protestos que deixaram um total de 11 mortos no país sul-americano até 21 de outubro.
Manifestantes atearam fogo no interior do primeiro andar do prédio histórico depois de arrombar a porta da frente na noite de 19 de outubro, como informou Clarín, citando o que um segurança disse a uma emissora de televisão local. Todos os trabalhadores foram evacuados com sucesso do edifício, acrescentou o jornal.
Fotos do interior e do exterior do prédio foram publicadas na edição de 21 de outubro do El Mercurio de Valparaíso. Elas mostram móveis e partes da infraestrutura do edifício carbonizadas e quebradas. Segundo o jornal, manifestantes que usavam capuzes destruíram escritórios no primeiro e no segundo andar após iniciar o incêndio. O jornal acrescentou que máquinas de impressão e móveis antigos foram destruídos.
A publicação conservadora foi fundada em 1827 e é o jornal mais antigo em circulação no país.
A Associação Interamericana de Imprensa (SIP) considerou a “queima e pilhagem” de El Mercurio um “sério ataque à liberdade de imprensa”.
"Também exigimos garantias para que a imprensa chilena não se torne alvo de violência", disseram Christopher Barnes, presidente da SIP, e Roberto Rock, do Comitê de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP.
Os protestos começaram em 14 de outubro, depois do anúncio de planos do governo para aumentar os preços do transporte público; no entanto, as manifestações cresceram como uma rejeição à desigualdade de renda no país sul-americano. O aumento proposto nos preços do transporte foi cancelado.
Os militares foram enviados para reprimir manifestações, na primeira vez que tanques do Exército foram vistos nas ruas desde a ditadura de Augusto Pinochet.
Foram declarados estado de emergência e toque de recolher em várias cidades, incluindo Valparaíso.
Cinco corpos foram encontrados dentro de uma fábrica de roupas que foi incendiada em um subúrbio de Santiago e outras três pessoas foram mortas em um incêndio em um supermercado, segundo a BBC.
