Por Dean Graber
Quase cinco meses após o terremoto de 12 de janeiro, mais de um milhão de haitianos ainda vivem sob tendas e lonas em cerca de 1,3 mil acampamentos. Centenas de milhares de pessoas não têm acesso a rádio ou TV, embora o número de telões instalados em diferentes pontos da capital, Port-au-Prince, tenha aumentado. Em 16 acampamentos, eles transmitem novelas informativas e recreativas aos desabrigados, informa o New York Times.
"Primeiro, os haitianos receberam alimento e abrigo; agora produções artísticas fazem parte da resposta humanitária", relatou Damien Cave. As organizações estão produzindo novelas e outros programas para ensinar os haitianos a cuidar de suas tendas, lonas e mosquiteiros, e a se manterem seguros e saudáveis nos extensos acampamentos, disse o repórter. Uma das novelas, parte de uma série de 16 capítulos financiada pelas Nações Unidas, retrata um vilão tentando convencer moradores dos acampamentos a trocar seus cartões de registro por dinheiro.
"Diversos outros grupos – incluindo a FilmAid, fundada por Caroline Baron, produtora de “Capote” – também têm criado programas para exibir filmes e treinar os haitianos a produzir seus próprios vídeos," disse Cave. "E ainda que o resultado possa ser divertido, o objetivo é sério: os organizadores dizem que os programas substituirão a comunicação ineficiente do governo, que estimula a difusão de rumores e golpes entre os que mais precisam de ajuda".
Ao mesmo tempo, as coalizões de organizações haitianas e internacionais que trabalham para reconstruir o Haiti estão usando os meios de comunicação para promover políticas de aumento da produção de alimentos e reduzir a dependência das importações, explicou o especialista em desenvolvimento Bev Bell numa matéria para o DailyKos.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.