Por Ingrid Bachmann
A decisão do governo do Panamá de conceder asilo à ex-diretora do serviço de inteligência da Colômbia (DAS, na sigla em espanhol), María del Pilar Hurtado, poderia deixar impunes casos de espionagem contra veículos de comunicação e jornalistas durante o governo de Álvaro Uribe, alertou a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP).
Até agora, Hurtado não foi acusada pelo Ministério Público de envolvimento no escândalo em que juízes, opositores políticos e jornalistas foram ilegalmente grampeados. Ela pediu asilo alegando falta de segurança em seu país, explicou o El Colombiano.
No entanto, o presidente da SIP, Gonzalo Marroquín, afirmou que as violações à liberdade de imprensa deveriam ser consideradas na aceitação ou não de pedidos de asilo, de acordo com o La Estrella.
O ex-presidente Uribe nega ter dado ordens de espionar. Já o presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, garante que o asilo concedido a Hurtado não foi um favor ao ex-presidente colombiano, acrescentou a revista Semana.
Segundo a agência EFE, Uribe disse que pessoas que ocuparam cargos importantes em seu governo e agora são investigadas pela Justiça enfrentam “falta de garantias” no país. Por isso, acrescentou que “apoia” pedidos de asilo no exterior.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.