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SIP: "O pior semestre para o Jornalismo nas Américas nos últimos anos"

Este foi o pior semestre para jornalistas nas Américas nos últimos cinco anos, de acordo com a Sociedade Interamericana de Imprensa, SIP, informou a agência de notícias EFE. O assassinato de jornalistas e as diversas medidas que restrigem o acesso à informação são alguns dos motivos que provocaram esta situação, afirmou a entidade em sua Assembléia Geral que ocorreu em Denver (Colorado, EUA).

Claudio Paolillo, do semanário uruguaiano Búsqueda e presidente da Comissão de Libertade de Imprensa e Informação da SIP, recordou com preocupação que nos últimos 6 meses 14 jornalistas foram assassinados na América Latina, e que 17 casos de assassinatos de jornalistas permanecem abertos durante vários anos sem solução – a maioria em México e Colômbia – que deixaram de ser investigados nos próximos meses por terminar o prazo legal de o fazer, afirma a EFE.

Paolillo disse que os ataques aos meios de comunicação nos países latino-americanos fazem parte de um plano para permanecer no poder". Estes ataques incluem a compra de meios privados em vários países por parte de candidatos e até mesmo familiares de governantes, assim como o uso de pressões econômicas ilegais para fazer com que os meios de comunicação se auto-censurem, continuou a EFE.

As declarações foram feitas após a apresentação de relatórios de alguns países, entre eles a Argentina. As pressões econômicas, boicotes publicitários, campanhas de difamação, intimidação e do uso de recursos públicos como instrumentos de coersão parece ser o panorama dos mídia argentinos, segundo Daniel Dessein, do diário La Gaceta de Tucumán, publicou o diário La Nación.

Esta situação, de acordo com Dessein, levou a Comissão de Direitos Humanos (CIDH) a conceder, nos próximos dias, uma audiência para jornalistas argentinos exporem a situação, disse o diário La Nación.

Entretanto, os delegados de Cuba e Venezuela denunciaram censura por parte dos governos contra a imprensa de seus países, informou a agência de noticias AFP.

Yoani Sánchez, blogueira e representante da SIP em Cuba, disse que o governo de Raúl Castro intensificou “um sistema governamental contra a libertade de expressão, através de agressões provocadas por manifestações e atos de vandalismo, num ano em que foram detidos cinco jornalistas independentes”, disse a AFP. Embora observando que eles abriram várias "bocas de Internet", a blogueira lembrou que o acesso é restrito, na medida em que "um cubano deve gastar um terço do seu salário por uma hora a navegar na Internet."

Por sua vez, os delegados da Venezuela observaram que o que acontece em Cuba, em seu país e na região nos obriga a refletir sobre a "hegemonia comunicacional na América Latina aconselhado e em Havana".

Entre os problemas destacou-se a recente criação do Centro Estratégico de Segurança e Proteção da Pátria (CESPPA) por parte do governo venezuelano, que poderia censurar qualquer informação por razões de segurança nacional. Bem como a escassez de divisas para compra de produtos importados, como papel e tinta, o que levou ao encerramento forçado de cinco veículos de comunicação e à redução de páginas de mais de 20 diários.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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