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Trabalhos de El Salvador, Venezuela, Brasil e Panamá são vencedores dos Prêmios Latino-Americanos de Jornalismo Investigativo

Jornalistas de El Salvador, Venezuela, Brasil e Panamá foram os vencedores da 15ª edição do Prêmio Latino-Americano de Jornalismo Investigativo. O Instituto Prensa y Sociedad (IPYS) e a ONG Transparência Internacional (TI) revelaram no dia 5 de novembro os ganhadores, durante a Conferência Latino-Americana de Jornalismo Investigativo 2017 (COLPIN 2017). Além de reconhecer trabalhos já publicados, a premiação também deu financiamento para novas investigações transnacionais.

A primeira colocada foi a jornalista María Luz Nóchez, do El Faro, de El Salvador. Ela foi prestigiada pela investigação “Por qué queda impune el 90% de violaciones a menores?” (Por que permanecem impunes os 90% de violações contra menores?). No Twitter do IPYS, ela disse estar muito emocionada com o prêmio.

“Muito honrada de ter recebido este prêmio por um trabalho muito difícil, que reflete a realidade como pais das meninas que são constantemente violadas pelo machismo, misoginia dos homens que acreditam que podem possuir a mulher que quiserem”, afirmou.

A segunda colocação ficou para o trabalho “El oficial que ordenó hacer filas en un periódico” (O soldado que mandou fazer filas em um jornal), de Joseph Polizuk, Katherine Pennachio, Roberto Deniz e Patricia Marcano. A reportagem foi publicada no Armando.info, da Venezuela.

O terceiro lugar foi um empate entre Brasil e Panamá. Da Folha de S. Paulo, os jornalistas Flávio Ferreira, Mario Cesar Carvalho e Rogério Pagnan foram premiados pela investigação “Empreiteiras negociaram propina para abafar apuração de cratera do metrô”. Do La Prensa, Mary Triny Zea foi lembrada pela reportagem “Dudosa Filantropía Desde La Asamblea Nacional” (Duvidosa Filantropia na Assembleia Nacional).

Os vencedores receberam prêmios em dinheiro de US$ 10 mil para o primeiro lugar e US$ 5 mil para o segundo e terceiro lugar, com financiamento da Open Society.

Outras publicações também receberam menções honrosas do júri, integrado pelos jornalistas Lise Olsen, Giannina Segnini, Santiago O’Donell, Fernando Rodrigues e Ewald Scharfenberg. Veja as reportagens lembradas:

  • Argentina - “Awada made in China” (Awada feita na China) / Emilia Delfino, Diario Perfil
  • Brasil - “Dossiê Rio 2016” / Lucio de Castro, Agência Sportlight
  • Brasil - “Quanto custa comprar um deputado” / Francisco Regueira, TV Globo
  • Colômbia - “Restitución en el Cesar bajo presión” (Restituição em Cesar sob pressão)/ Ivonne Rodríguez, Tatiana Navarrete, Salomón Echevarría; Verdad Abierta
  • Nicarágua - “El fantástico proyecto del heredero presidencial” (O fantástico projeto do herdeiro presidencial) / Moisés Martínez, La Prensa
  • Paraguai - “El mecánico de oro” (O Mecânico de Ouro) / Mabel Rehnfeldt, Diario ABC Color
  • Peru - “La vida tiene precio” (A vida tem preço) / Fabiola Torres, Ojo Público e meios aliados
  • República Dominicana - “El emporio no declarado del Zar del Metro” (O empório não declarado do Czar do Metro) / Alicia Ortega, Noticias SIN; Omaya Sosa, Centro de Periodismo Investigativo
  • Venezuela - “La revolución de las importaciones” (A revolução das importações) / Roberto Deniz, Armando.info
  • Uruguai- “Las tarjetas del vicepresidente” (Os cartões do vice-presidente) / Raúl Santopietro e Guilermo Drapper, Búsqueda

Por meio de um Concurso de Projetos, dois trabalhos de investigação transnacional receberam financiamento neste domingo. Ginna Morelo, representante dos meios El Tiempo (Colômbia) e Efecto Cocuyo (Venezuela), vai tocar o projeto “Venezolanos a la fuga” (Venezuelanos em fuga). Já Ivonne Rodríguez González, dos meios Verdad Abierta (Colômbia), Rutas del Conflicto (Colômbia) e Ojo Público (Peru) vai coordenar a reportagem investigativa “Los Aquatenientes” (Os latifundiários das águas). Cada uma das propostas recebeu US$ 5 mil para sua realização.

O Prêmio Latino-Americano foi criado em 2001 para promover a publicação de fatos noticiosos relevantes e reconhecer trabalhos que abordam temáticas investigativas sobre assuntos de interesse público. Atualmente, a premiação recebe 200 inscrições a cada ano.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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